
O intercâmbio de formação sindical reúne lideranças de várias nações para compartilhar conhecimentos sobre negociações coletivas e trabalho.
O programa de Formação Sindical e Negociação Coletiva, promovido pela JILAF – Japan International Labour Foundation (Fundação Internacional do Trabalho do Japão), segue a todo vapor desde o dia 30 de setembro, reunindo lideranças sindicais de diversos países em uma rica troca de experiências e conhecimentos sobre o mundo do trabalho.
Representando o Brasil, Ricardo Pereira, assessor do SINTRABOR, tem participado ativamente das atividades. Também integra a delegação brasileira a companheira Katita Cristina, presidente do SISPESP (Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo).
O grupo é composto ainda por dirigentes sindicais da América do Sul e Central, Ásia e África, reforçando o caráter internacional e colaborativo do intercâmbio.
Programação intensa e foco no diálogo internacional
A programação teve início com a palestra “O Papel e os Desafios do Movimento Trabalhista Japonês, Legislação Trabalhista e da Previdência Social”, que abriu oficialmente o programa e apresentou um panorama sobre os desafios e a estrutura do sindicalismo no Japão contemporâneo.
Na sequência, os participantes foram recebidos na JTUC-RENGO (Confederação Sindical Japonesa), em um encontro realizado no Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, onde Ricardo Pereira entregou documentos e publicações brasileiras a Ryuichi Nakao, subdiretor do Departamento de Normas Trabalhistas, e a Takumi Sukenaga, da Seção de Regulamentos. O gesto simbolizou o fortalecimento dos laços de cooperação entre o sindicalismo japonês e latino-americano.
O intercâmbio também incluiu visitas técnicas à Unyon Roren, federação que representa trabalhadores do setor de transporte, além de uma passagem por uma fábrica japonesa e debates sobre o tema “Empresas e Direitos Humanos”, abordando a responsabilidade social corporativa e a promoção de condições dignas de trabalho.
Em outro momento, na sede da JILAF, em Tóquio, Katita Cristina apresentou o relatório “Negociação Coletiva com foco no Setor Público do Brasil”, destacando os avanços e desafios das relações de trabalho no serviço público e contribuindo para o debate internacional sobre negociação coletiva e políticas laborais.
As atividades também proporcionaram momentos de reflexão e aprendizado fora do ambiente institucional. Em Nagasaki, a delegação visitou o Memorial e o Museu da Paz, guiada por representantes da JTUC-RENGO, em uma experiência marcada pela lembrança dos horrores da guerra e pela valorização da paz mundial.
Por fim, os participantes foram recebidos pelo governador da Província de Shiga, Taizo Mikazuki, e conheceram a Techno College Kasatsu, uma instituição pública de ensino técnico fundada em 1983, referência em qualificação profissional e requalificação de trabalhadores, que mantém forte ligação entre educação, inovação e mundo do trabalho.
Educação e trabalho: o exemplo japonês
A Techno College Kasatsu oferece uma ampla gama de cursos voltados à formação técnica e à inclusão produtiva, incluindo áreas como manutenção de veículos, tecnologia da informação e comunicação, design de moda, metalurgia, construção civil, carpintaria e pintura automotiva, além de programas específicos para pessoas com deficiência e trabalhadores em transição de carreira.
O modelo da instituição foi apresentado como exemplo de política pública que alia educação, inovação e desenvolvimento do trabalho qualificado, tema de grande interesse para os sindicalistas brasileiros e latino-americanos presentes.
Cooperação e aprendizado mútuo
O intercâmbio promovido pela JILAF reafirma o compromisso do movimento sindical internacional com a formação, o diálogo social e a construção de políticas baseadas na solidariedade entre os trabalhadores.
“A experiência tem sido de grande aprendizado e inspiração. O Japão demonstra como o investimento em educação e qualificação pode fortalecer os trabalhadores e contribuir para uma sociedade mais justa”, destacou Ricardo Pereira.
As atividades do programa seguem até o fim da semana, com novas visitas institucionais e debates sobre negociação coletiva, sindicalismo e políticas públicas de trabalho.
Leia também:




























