PUBLICADO EM 03 de out de 2025

Presidente do Sindpd falará no STF sobre pejotização

STF debate pejotização em audiência pública. Presidente do Sindpd, Antonio Neto, alerta para prejuízos aos trabalhadores e ao país com contratações fraudulentas

Presidente do Sindpd falará no STF sobre pejotização

Presidente do Sindpd falará no STF sobre pejotização

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará, na próxima segunda-feira (6), uma audiência pública sobre pejotização, prática em que empresas contratam trabalhadores como pessoas jurídicas, fugindo da proteção da CLT.

Antonio Neto, presidente do Sindpd e da CSB, representará os trabalhadores, defenderá seus direitos e denunciará os prejuízos da pejotização aos cofres públicos e à sociedade.

O caso integra o Tema 1.389 de Repercussão Geral, que discute se a Justiça do Trabalho deve analisar processos sobre pejotização e vínculos fraudulentos.

Somente nos dois primeiros meses de 2025, a Justiça do Trabalho recebeu 53.678 ações pedindo o reconhecimento de vínculo empregatício contra a pejotização.

Desde 2020, mais de 1,2 milhão de ações contestam contratos fraudulentos como PJ, mostrando a dimensão nacional do problema e sua gravidade social.

De acordo com estudo da FGV, o Estado deixou de arrecadar até R$ 144 bilhões entre 2012 e 2023 devido ao avanço da pejotização.

Centrais sindicais e o Ministério Público do Trabalho denunciam a pejotização como fraude à legislação, que enfraquece o FGTS, a Previdência e os direitos trabalhistas.

Pejotização forçada

De acordo com o MTE, muitos trabalhadores foram coagidos a abrir CNPJ para manter seus empregos, evidenciando que a pejotização é imposta e não uma escolha.

Entre 2022 e 2024, 4,8 milhões de trabalhadores retornaram ao mercado como PJ. Destes, 3,8 milhões foram enquadrados como microempreendedores individuais.

Impactos sociais

Essa transição resultou em perdas de R$ 61,4 bilhões para a Previdência e R$ 24,2 bilhões para o FGTS, comprometendo direitos fundamentais.

Enquanto o trabalhador formal contribui, em média, com R$ 33,1 mil por ano, um PJ no regime MEI ou Simples paga apenas R$ 4,1 mil.

Trabalhadores pejotizados não têm férias remuneradas, 13º salário, FGTS nem estabilidade contra demissão, além de ficarem vulneráveis em acidentes e doenças.

Economistas alertam que a pejotização ameaça o financiamento da Previdência. Empresas reduzem custos, mas trabalhadores enfrentam mais riscos e desigualdade social crescente.

A audiência contará com Gilmar Mendes, o subprocurador Luiz Augusto Lima, o ministro Jorge Messias, além de juristas, MP do Trabalho e Receita Federal.

Decisão histórica

O julgamento influenciará milhares de processos no país e poderá definir o futuro das políticas trabalhistas e tributárias, sendo decisivo para o mundo do trabalho.

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