
Lula recebe Centrais Sindicais e movimentos sociais. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta quarta-feira (1º) com representantes das centrais sindicais, movimentos sociais, parlamentares e partidos progressistas no Palácio do Planalto. Durante o encontro, que também marcou a entrega de um Plebiscito Popular com mais de 1,5 milhão de assinaturas, Lula reafirmou a defesa da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O projeto está em votação na Câmara dos Deputados e, na avaliação do presidente, representa um avanço histórico.
“É um primeiro passo extraordinário, uma conquista, o primeiro sinal de justiça tributária que se faz nesse país. Estou convencido de que a Câmara e o Senado vão aprovar”, afirmou Lula.
PLR e compensação fiscal
No encontro, sindicalistas também reivindicaram a isenção total da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Lula, no entanto, sinalizou que o governo não apoiará a medida neste momento, em razão da exigência de compensações fiscais determinadas pela Suprema Corte.
“Para aprovar qualquer política de isenção, tem que se dizer de onde virá a fonte. É mais fácil aprovar os R$ 5 mil do que tirar um pouco mais de quem ganha muito nesse país”, declarou o presidente.
Hoje, valores de PLR até R$ 8.214,40 ao ano não são tributados. O presidente reconheceu a importância da demanda, mas destacou a necessidade de responsabilidade fiscal para avançar em novas medidas.
Plebiscito Popular: IR e fim da escala 6×1
O Plebiscito entregue pelas centrais e movimentos sociais defende duas bandeiras principais: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala de trabalho 6×1. Lula elogiou a mobilização popular, destacando a importância de envolver o povo na construção de conquistas.
“É muito importante que a gente não fique apenas com decisões emanadas da direção. É fundamental colocar o povo para participar das coisas que precisam ser conquistadas”, disse.
Democracia e extremismo conservador
Lula também aproveitou a reunião para alertar sobre o crescimento do extremismo conservador no Brasil e no mundo, reforçando a necessidade de fortalecer a democracia.
“Vivemos uma época em que a democracia está correndo risco, em que o extremismo conservador tem crescido em várias partes do mundo e o negacionismo tem se espalhado. É hora de conscientização e mobilização”, afirmou.
Expectativas
Mais cedo, representantes das centrais e movimentos sociais também foram recebidos pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo lideranças, não houve compromisso para pautar ainda neste ano a proposta do fim da escala 6×1, mas o governo reforçou apoio à bandeira.
A expectativa é que a votação da ampliação da isenção do IR seja concluída ainda nesta semana. O governo trabalha para garantir que as compensações não descaracterizem a medida, considerada uma das principais iniciativas de justiça tributária desta gestão.
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