
Lô Borges, cofundador do Clube da Esquina, morreu aos 73 anos. Conheça seu legado na música e impacto na MPB. Foto: Agência Brasil
Morreu na noite deste domingo (2), em Belo Horizonte, o cantor e compositor Lô Borges (Salomão Borges Filho), aos 73 anos. Ele estava internado desde o dia 17 de outubro no Hospital Unimed, em decorrência de uma intoxicação medicamentosa, e faleceu por falência múltipla de órgãos, segundo boletim médico divulgado pela instituição.
Clube da Esquina
Lô Borges foi um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento, grupo que revolucionou a música popular brasileira nos anos 1970 e 1980 ao misturar rock, jazz, psicodelia e música mineira. O disco Clube da Esquina, lançado em 1972, tornou-se um marco da MPB e projetou uma geração de artistas como Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Flávio Venturini, Toninho Horta, Wagner Tiso e Novelli.
Entre suas canções mais conhecidas estão “O Trem Azul”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Tudo o Que Você Podia Ser” e “Nada Será Como Antes”, esta última em parceria com Milton Nascimento. As músicas se tornaram trilha da juventude de toda uma geração e seguem inspirando artistas brasileiros e estrangeiros.
Milton Nascimento
Nesta segunda-feira (3), Milton Nascimento prestou homenagem ao amigo em suas redes sociais:
“Lô Borges foi – e sempre será – uma das pessoas mais importantes da minha vida e da minha obra. Foram décadas de amizade e cumplicidade que resultaram em um dos álbuns mais reconhecidos da música no mundo: o Clube da Esquina.”
O cantor lembrou ainda a convivência de mais de 60 anos, iniciada quando Milton tinha 20 anos e Lô apenas 10, ambos moradores do mesmo prédio em Belo Horizonte.
“Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes. O Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos”, escreveu o músico.

Lô Borges, Fernando Brant, Juscelino Kubitschek, Marcio Borges e Milton Nascimento em frente ao Seminário de Diamantina em 1971. Foto: Agência Brasília
Mesmo após cinco décadas de carreira, Lô Borges manteve-se ativo na cena musical. Nos últimos anos, lançou diversos trabalhos inéditos — o mais recente, “Tobogã” (2024), reafirma sua sensibilidade poética e a sonoridade mineira que o consagrou.
A morte de Lô Borges encerra um dos capítulos mais luminosos da música brasileira, mas sua obra permanece viva — um testemunho da força criativa e afetiva que fez do Clube da Esquina um dos movimentos culturais mais importantes da história do país.
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