PUBLICADO EM 26 de jun de 2020
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Sem sinal de estabilização, covid-19 já causou a morte de quase 55 mil brasileiros

Ato em São Paulo relembra trabalhadores da saúde mortos pela covid – Foto: Elineudo Meira/ Fotos Públicas

A pandemia do novo coronavírus segue avançando no Brasil, sem registros que indiquem uma eventual estabilização nos números. Nesta quinta-feira (25) o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conas) registrou 39.483 novos casos. O total de pessoas afetadas pela covid-19 desde que o vírus foi identificado no Brasil pela primeira vez é de 1.228.114.

O número de brasileiros que morreram por causa da covid chega a 54.971. Mais uma vez foram mais de mil óbitos em 24 horas. O país é o segundo em número de casos fatais e registros de infectados, atrás apenas dos Estados Unidos.

Instituições do mundo todo alertam para as chances altas de subnotificação, já admitidas até mesmo pelo Ministério da Saúde. Nesta quarta-feira (24), o Imperial College de Londres informou que, baseado nos registros de mortes, o número de pessoas que pegaram a covid no país pode ser superior a 3 milhões.

Um dos motivos apontados para a discrepância é a quantidade limitada de testes realizados até agora. Junto com o isolamento social, a testagem em massa é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como principal arma no combate ao crescimento da pandemia.

O diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal, afirma que o Brasil tem recursos e precisa aumentar os exames. O país é um dos que menos testa em comparação com outras nações, inclusive os vizinhos da América do Sul.

“Nas últimas semanas, o país conseguiu incrementar o número de testes de PCR para o diagnóstico de covid-19. Mas o Brasil ainda não chega a 10 mil testes por milhão de habitantes. Então, é necessário que aumentem”, afirmou Espinal.

Entre os estados que mais têm casos e mortes, São Paulo aparece em primeiro lugar (248.587 casos e 13.759 mortes). Na sequência estão o Rio de Janeiro (105.897 casos e 9.450 mortes) e o Ceará (102.126 casos e 5.8875 mortes).

Medicamentos seguem em falta

Nesta quinta-feira (25), os governadores do Espírito Santo, do Amapá e do Mato Grosso reforçaram as denúncias de que faltam medicamentos e coordenação no combate à pandemia por parte do governo federal. Renato Casagrande (PSB-ES), Waldez Góes (PDT-AP) e Mauro Mendes (DEM-MT) participaram de audiência no Congresso Nacional.

Eles denunciaram preços cada vez mais altos, descritos por Walder Góes como “relação mercadológica canibal”. Os governadores pretendem enviar uma carta à Presidência da República e ao Ministério da Saúde para cobrar coordenação na compra de medicamentos. “Aquele kit que alguns apelidaram de kit covid está sendo uma verdadeira loucura encontrar. Os preços dispararam”, completou Mauro Mendes.

Os gestores estaduais questionaram ainda a falta de uma campanha massiva e informativa sobre a doença para a população. “O comportamento do presidente deixa muitas dúvidas na cabeça das pessoas. A pandemia foi politizada. Jamais pensei que nós veríamos uma politização da pandemia”, disse Renato Casagrande.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou um relatório que identifica falta de diretrizes do governo federal. Segundo o documento, não há estratégia para estabelecer objetivos comuns, o que pode piorar o avanço da pandemia e causar gastos descontrolados de dinheiro público.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Fonte: Brasil de Fato

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