Por Marcos Aurélio Ruy
Se o presidente não tem juízo, a população mostra ter o suficiente para gritar, sem sair de casa, contra a falta de ação de um governo fadado ao fracasso e ao pouco caso do presidente com a vida humana.
Com participação de Fernanda Montenegro, Fábio Assunção, Rita Lee, Casagrande e outros, um vídeo especial para o momento gravado com a música Sonífera Ilha, sucesso dos Titãs em 1984 nos induz a manter o ouvido colado no rádio de pilha para te sintonizar, na ilha dos sonhos e dos desejos de uma vida sem o medo de ser feliz.
Sonífera Ilha, de Branco Mello, Marcelo Fromer, Tony Bellotto, Ciro Pessoa e Carlos Barmack
Não posso mais viver assim ao seu ladinho
Por isso colo meu ouvido no radinho de pilha
Pra te sintonizar sozinha, numa ilha.
Sonífera ilha
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz
Sonífera ilha
Descansa meus olhos
Sossega minha boca
Me enche de luz
Eu quero mais viver assim ao seu ladinho
Por isso colo meu ouvido no radinho de pilha
Pra te sintonizar…sozinha numa ilha
Sonífera ilha descansa meus olhos
Sossega minha boca, me enche luz.
Sonífera ilha descansa meus olhos
Sossega minha boca me enche luz.
Sonífera ilha descansa meus olhos.
Sossega minha boca, me enche de luz.
Marisa Monte canta Hoje Eu Não Saio Não, de 2011, com a vontade de ficar em casa vendo televisão e relaxando. “Não troco meu sofá por nada”, muito menos para correr riscos desnecessários nas ruas.
Hoje Eu Não Saio Não, de Arnaldo Antunes, Bet, Chico Sal e Marcelo Jeneci; interpretação de Marisa Monte
Hoje eu não saio não
Hoje eu vou ficar em casa, neném
Hoje eu não saio não
Eu quero ver televisão
Hoje eu não saio não
Não troco meu sofá por nada, meu bem
Hoje eu não saio não
Não quero ver a multidão
Lá no boteco, não
Telecoteco
No trio elétrico, não
Teatro, não
Não vou no esquema não
Nem no cinema, não
Em Ipanema, não
No circo, não
Hoje eu não saio não
Hoje eu vou ficar em casa, neném
Hoje eu não saio não
Eu quero ver televisão
Hoje eu não saio não
Não troco meu sofá por nada, meu bem
Hoje eu não saio não
Não quero ver a multidão
Na padaria, não
Na academia, não
Periferia, não
No centro, não
No casamento, não
No lançamento, não
No movimento, não
Na praia, não
Hoje eu não saio não
Hoje eu vou ficar em casa, neném
Hoje eu não saio não
Eu quero ver televisão
Hoje eu não saio não
Não troco meu sofá por nada, meu bem
Hoje eu não saio não
Não quero ver a multidão
No restaurante, não
Roda gigante, não
No baile funk, não
No parque, não
Não vou na Lapa não
Na batucada, não
Na passeata, não
Nem no portão
De Vinicius Moraes a música infantil A Casa (1980) fala de uma casa sem teto, sem nada, mas feita com muito esmero para a alegria de seus moradores. Aliás em tempos de coronavírus como ficam os sem teto e os moradores de rua?
Ficar em casa pode ser bom para aproximar as pessoas e a vida seguir em frente com a vontade de mudar tudo o que precisa ser mudado.
A Casa, de Vinicius de Moraes; interpretação Boca Livre
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero
Acorda Amor, de Leonel Paiva e Julinho da Adelaide; interpretação de Chico Buarque
Nesta canção de 1974, Chico Buarque adota os pseudônimos Leonel Paiva e Julinho da Adelaide, porque a censura vetava todas as obras que aparecessem com sua assinatura. Foi quando gravou o álbum Sinal Fechado, cantando músicas de outros autores e inclui Acorda Amor, como se não fosse de sua autoria.
Mais uma vez enganou os censores. Aqui ele denuncia a presença da polícia política que arrancava as pessoas de casa à força e as levava direto para os porões do regime, onde se torturava e se matava, apenas pelo crime de pensar. O perigo era constante, mas a resistência se fez forte. E o Brasil suplantaria a ditadura anos depois.
https://www.youtube.com/watch?v=DoffmNSSd2U
Acorda, amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
Acorda, amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer
Acorda, amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre, o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção!
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa, não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
Fica também o recado do cantor e compositor paulistano, Arnaldo Antunes na canção infantil Lavar as Mãos, de 1995, sobre os cuidados de higiene, principalmente com as mãos, que vão sempre para o rosto e é uma das maneiras de transmissão do novo coronavírus.
Lavar as mãos (Mão), de Arnaldo Antunes
Uma
Lava outra, lava uma
Lava outra, lava uma mão
Lava outra mão, lava uma mão
Lava outra mão
Lava uma
Depois de brincar no chão de areia a tarde inteira
Antes de comer, beber, lamber, pegar na mamadeira
Lava uma (mão), lava outra (mão)
Lava uma, lava outra (mão)
Lava uma
A doença vai embora junto com a sujeira
Verme, bactéria, mando embora embaixo da torneira
Água uma, água outra
Água uma (mão), água outra
Água uma
A segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira
Na beira da pia, tanque, bica, bacia, banheira
Lava uma mão, mão, mão, mão
Água uma mão, lava outra mão
Lava uma mão
Lava outra, lava uma