Uma exaltação à beleza dos negros e um chamado à convivência pacífica entre pessoas de diferentes cores e origens.

Esta é a essência de Black Is Beautiful, que aponta para a desconstrução dos padrões europeus ao falar em “loiras horríveis”, e valoriza a miscigenação ao falar “Eu quero essa dama de cor; Uma deusa do Congo ou daqui; Que se integre no meu sangue europeu”, em uma época em que o racismo era ainda muito mais forte que hoje.

Não apenas a letra aborda a beleza dos negros, mas também o ritmo adota influências do jazz e do blues. A música de Marcos Valle nasceu em sintonia com o que estava acontecendo no mundo naquele momento. Poucos anos antes os EUA vivia uma onda de protestos pelos direitos civis que gerou diversos grupos e líderes antirracistas.

No momento em que a música foi composta, o Brasil estava no pior período da ditadura militar, de modo que a resistência e as manifestações em favos dos mais vulneráveis adquiriam um caráter político mais profundo. Mas embora ele tenha origem neste contexto de lutas muito duras, hoje a música tem uma aura leve e humanista que leva as pessoas a verem a beleza e a buscarem a convivência pacífica.

Black is beautiful
(Composiçao: Marcos Valle/1971)
Intérprete: Marcos Valle

Hoje cedo na rua do Ouvidor
Quantas loiras horríveis eu vi
Eu quero uma dama de cor
Uma deusa do Congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu

Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black, so beautiful
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black, so beautiful

Hoje à noite amante negro eu vou
Enfeitar o meu corpo no teu
Eu quero essa dama de cor
Uma deusa do Congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu

Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black, so beautiful
Black is beautiful, black is beautiful
Black’s beauty and so peaceful
I wanna a black, so beautiful

Fonte: Centro de Memória Sindical