PUBLICADO EM 29 de jun de 2021
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“Economia pode piorar ainda mais”, avalia servidor

“Com a queda do poder aquisitivo do funcionalismo, serão afetados desde o comerciante da esquina até os lojistas de ‘shoppings’. A sociedade inteira será duramente atingida pela medida do governo.”

Na foto, o centro comercial de Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, que pode ter o comércio prejudicado pela reforma administrativa

“Se a conjuntura econômica e social do Brasil já está bastante arruinada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus e pela doutrina ultraliberal em prática, queremos lembrar que ela pode ficar bem pior”.

Assim começa o ofício que o presidente do sindicato dos servidores municipais de Guarujá, Zoel Garcia Siqueira, entregou ao presidente da associação comercial e empresarial da cidade, Jairo Francisco Nobre.

O sindicalista entregou o mesmo documento ao presidente da câmara de dirigentes lojistas do município, Orlando João de Souza. Os ofícios foram entregues nesta terça-feira (29).

Segundo Zoel, a atividade faz parte da campanha nacional do movimento ‘Basta’ contra a proposta de emenda constitucional (pec) 32-2020, do governo federal.

A ‘pec’, também conhecida por ‘reforma administrativa’, tramita no congresso nacional para congelar salários, diminuir ganhos e revogar direitos dos servidores municipais, estaduais e federais”, diz o ofício.

Tendo com assunto “o perigo da ‘pec’ para o comércio”, o documento pondera que essas categorias ainda são as que mantêm certa estabilidade e recebem salários em dia. “Somos, ainda, um sustentáculo das atividades comerciais, de serviços e do ensino particular. E não podemos ficar em nossa bolha, como se os problemas fossem exclusivamente nossos”, escreve Zoel.

 Comércio prejudicado

“Com a queda do poder aquisitivo do funcionalismo, serão afetados desde o comerciante da esquina até os lojistas de ‘shoppings’. A sociedade inteira será duramente atingida pela medida do governo.”
Diz mais: “O congelamento dos salários dos servidores tem reflexos negativos na economia, principalmente nas pequenas e médias empresas, nos serviços autônomos e no trabalho informal”.
“Mercadinhos, padarias, lojas de material de construção, hortifrútis, feiras livres, bares, escolas particulares, açougues, peixarias, quitandas e outros comércios perdem quando cai o poder aquisitivo do servidor.”
“Da mesma forma, salões de beleza, barbearias, lojistas, trabalhadores autônomos como pedreiros, pintores, marceneiros, encanadores, vidraceiros, motoristas de carretos, entre outros.”

Estagnar a economia

“E o que dizer de dentistas, psicólogos, massagistas, tatuadores, donos e empregados de bicicletarias, de academias de ginástica, oficinas mecânicas e de consertos gerais? Mal e parcamente, ainda somos nós, servidores, que detemos alguma estabilidade no mercado de trabalho, que somos normalmente pagos sem atrasos ao final do mês. Somos nós que, basicamente, mantemos o comércio e os serviços. Ao acabar com os servidores, por meio de arrocho salarial e falta de concursos públicos, o governo federal afeta também a economia. Na verdade, quem gosta do arrocho aos servidores é o mercado financeiro, pois a economia de recursos com essa politica garante o pagamento dos juros da dívida pública”, diz Zoel no ofício.

Convencimento dos parlamentares

“Por isso, os sindicatos de servidores municipais da baixada santista e litoral apelam aos dirigentes das associações comerciais, clube de diretores lojistas e sindicato dos estabelecimentos de ensino. Por favor, pressionem os congressistas a votarem contra as duas ‘pecs’. Consultem no Google os endereços eletrônicos dos deputados federais e senadores para facilitar o trabalho”, finaliza o documento.

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