PUBLICADO EM 07 de fev de 2018
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Copom faz novo corte e leva taxa de juros a 6,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mais uma vez confirmou a expectativa majoritária dos “mercados” e reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, agora para 6,75% ao ano, no menor nível em termos nominais. Foi o 11º corte seguido desde outubro de 2016, quando a taxa estava em 14,25%. A decisão foi unânime.

“O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra recuperação consistente da economia brasileira”, diz o Comitê em comunicado divulgado logo após o término da reunião, no início da noite desta quarta-feira (7). Segundo o colegiado, “o cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado”, com alguns fatores de risco.

Ao mesmo tempo, o Copom sinaliza que o período de cortes da taxa básica terminou, vendo “como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”. Mas até a próxima reunião, em 20 e 21 de março, essa visão “pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos”.

Manifestação em frente o Banco Central, na Av Paulista/Foto: Jaelcio Santana

Em nota, a Força Sindical classificou a redução da Selic como “tímida”. “Ao manter a política de conta-gotas, o governo acerta no remédio ao reduzir a taxa Selic (taxa básica de juros), mas erra na dose ao cortar muito pouco. Mais uma vez o Copom frustra o setor produtivo e se curva aos especuladores”, criticou o presidente da central, Paulo Pereira da Silva.

“A taxa Selic continua proibitiva, e o Brasil perde outra chance de apostar na produção, consumo e geração de empregos. Vale destacar que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por parte governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do País, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros”, completou.

Já a central UGT – União Geral dos Trabalhadores destacou que apesar da Selic em baixa os números do desemprego bate recordes. Em nota assinada pelo presidente da Central, Ricardo Patah, a UGT que é importante o movimento de queda na taxa de juros, pois desta forma influencia na queda dos preços, mas não há muito que comemorar já que hoje são mais de 12 milhões de desempregados e o emprego informal está em alta e as grandes redes de comércio varejista do País, contratam trabalhador para jornada intermitente de 1 hora por semana. “Precisamos, sim, de inflação baixa, mas precisamos também de emprego, produção e consumo, para tirar da linha da miséria milhões de brasileiros”, diz o texto.

Já a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – em nota divulgada após o anúncio da queda da Selic para 6,75%, afirmando que taxa Selic no menor valor já registrado “adianta muito pouco, porque os juros para o tomador final no Brasil ainda estão entre os maiores do mundo”.

“As altas taxas para o tomador final retiram poder de compra das famílias, inibem o investimento e a geração de emprego por parte das empresas e dificultam a retomada do crescimento. O Banco Central precisa deixar de só fazer ameaças ao sistema bancário. Tem que tomar ações incisivas para reduzir a taxa de juros ao tomador final”, diz a Fiesp em nota assinada por seu presidente, Paulo Skaf.

Com informações da Agência Brasil e centrais sindicais

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