O novo coronavírus tem feito estragos enormes em países onde não se adotou as medidas necessárias para reduzir drasticamente a transmissão da doença.
A China venceu e é um exemplo a ser seguido na forma de combater a pandemia com valorização da vida. Outros países têm feito o mesmo. Populações de países, cujos governantes não adotam o isolamento social com medidas necessárias para ajudar os que necessitam de apoio neste momento, estão pagando com vidas, que poderiam ser preservadas não fosse o desafio desses governos à ciência e submissão à lógica do capital predador.
No Brasil, felizmente, o presidente Jair Bolsonaro está cada vez mais isolado por valorizar mais o dinheiro de alguns sobre a vida de muitos. O Congresso Nacional começa a agir e aprovar medidas de ajuda aos desempregados e trabalhadores precarizados. Os empresários devem fazer a sua parte mantendo os salários integrais para que seus funcionários possam ficar em casa sem desespero. Os que podem mais devem ajudar os que necessitam neste momento crucial para preservar vidas e em alguns meses o país retomar a economia, quiçá com um projeto de desenvolvimento soberano e com justiça social.
É necessário ficar em casa e quem quiser fazer o contrário deve ser punido com os rigores da lei, porque além de se contaminar pode transmitir para os outros. As palavras de ordem deste momento são solidariedade, generosidade e respeito.
Mas é muito importante entender que ficar em quarentena não significa férias, por isso, não é justo que as empresas decretem férias coletivas ou dê férias individuais às trabalhadoras e trabalhadores. O Estado deve agir para que a subsistência de todo mundo seja garantida.
E para ficar em casa sem grandes transtornos psicológicos é necessário planejamento. Organizar a divisão das tarefas domésticas é uma das formas de ter ocupação para todas as pessoas. Os cuidados com a limpeza da casa, alimentação da família e cuidados com filhas e filhos não pode ficar apenas sob a responsabilidade das mulheres. Até mesmo os cuidados com os idosos, a parte mais fraca nesta pandemia, deve ter divisão de responsabilidades.
Então, homens, mão às obra para pôr a faxina de casa em dia. Também é importante ajudar os filhos nos estudos neste período sem aulas para não ficarem sem aprender coisas importantes para o futuro. Promover momentos de leitura em grupo pode ser uma boa alternativa e conversar muito em família também pode ser fundamental.
Por isso tudo, parar neste momento é essencial para evitar danos maiores. Nenhuma economia pode funcionar bem sem pessoas. As pessoas é que são importantes, essa é a principal lição deixada pelo coronavírus.
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).