PUBLICADO EM 09 de ago de 2018
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Trabalhadores estão perdendo a esperança na democracia, diz dirigente da CSI

Para secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow, democracia é saída para reconquista de direitos. Ela visita Lula nesta quinta, ao lado do presidente da CUT, Vagner Freitas.

Foto: HorstWagner.eu / ITUC

São Paulo – Os trabalhadores estão perdendo a esperança na democracia, disse nesta quarta-feira (8) a secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Sharan Burrow, durante a 13ª Conferência da Universidade Global do Trabalho (GLU, na sigla em inglês), que está sendo realizada no Brasil. Amanhã à tarde, ao lado do presidente da CUT, Vagner Freitas, ela visitará em Curitiba o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Relatório da entidade aponta o Brasil como um país que aprovou leis que vão contra o princípio da liberdade sindical.

“Houve uma perda de esperança no modelo democrático, que eu acredito ainda ser a melhor ferramenta que nós temos”, afirmou Sharan durante debate na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. Ela declarou ter “muito orgulho” de visitar Lula amanhã, apesar da tristeza pela prisão do ex-presidente. “Isso é um indicador de que o pior aconteceu aqui.”

Comandada pelo brasileiro João Felício, ex-presidente da CUT, A confederação internacional reúne 180 milhões de trabalhadores em 310 entidades de 161 países. “A solidariedade da líder da CSI é de extrema importância para a nossa luta por democracia e justiça para Lula”, diz Vagner Freitas.

“Sindicalistas do mundo todo sabem dos avanços e conquistas que ajudamos a construir e implementamos nos dois governos de Lula, como a política de valorização do salário mínimo”, acrescenta. “Não fosse a solidariedade internacional dos sindicatos da CSI, CSA e outras entidades, provavelmente os golpistas teriam andado mais com o golpe”, afirma Vagner, que já esteve com Lula em 14 de junho, quando entregou documento das centrais com suas propostas para os candidatos.

Divulgado recentemente, o Índice Global de Direitos elaborado pela CSI, que reúne 142 países, conclui que 65% excluem os trabalhadores da legislação trabalhista, 87% desrespeitam o direito de greve e 81% negam a parte ou a todos o direito à negociação coletiva. O número de países onde trabalhadores foram presos aumentou de 44, em 2017, para 59. Em nove deles, sindicalistas foram assassinados – a lista inclui o Brasil.

“O modelo moderno de economia falhou com os trabalhadores”, afirmou Sharan, afirmando que a parcela mais rica da população, minoritária, viu crescer ainda mais a sua fatia. “O espaço democrático está diminuindo. A violência cresceu”, disse a dirigente. Segundo ela, de aproximadamente 3 bilhões de trabalhadores em todo mundo, 60% têm alguma forma de emprego formal, mas mesmo eles estão sujeito a insegurança ou precariedade na relação de trabalho.

A GLU é composta de uma rede de sindicatos e universidades, além da fundação Friedrich-Ebert-Stiftung e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). ) A entidade oferece cursos de mestrado sobre temas relacionados ao mundo do trabalho e promove cooperação em pesquisas.

Fonte: Rede Brasil Atual

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