PUBLICADO EM 09 de out de 2025

Sindicato propõe barrar verba pública a empresas sem convenção

Sindicato sugere lei para impedir repasse de verbas públicas a empresas sem convenção coletiva ou que pratiquem assédio, trabalho escravo e ações antissindicais

Sindicato propõe barrar verba pública a empresas sem convenção

Sindicato propõe barrar verba pública a empresas sem convenção

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos apresentou projeto de lei que proíbe repasses de verbas públicas a empresas sem convenção coletiva ou envolvidas em práticas abusivas como assédio moral e sexual.

Na terça-feira (7), dirigentes entregaram o texto à deputada Sâmia Bomfim (PSOL). Durante a reunião, a parlamentar se comprometeu a avaliar a proposta com sua equipe jurídica.

Os sindicalistas ressaltaram que a Embraer não assina convenção coletiva desde 2017. Essa postura resultou na perda de direitos para 14 mil trabalhadores em São Paulo.

Segundo o Sindicato, a Embraer também utiliza práticas de assédio moral em suas atividades, chegando a usar força policial para intimidar funcionários e coibir manifestações coletivas.

Apesar disso, a empresa segue recebendo recursos públicos. Em cinco anos, obteve cerca de R$ 24 bilhões do BNDES e mais R$ 90 milhões da Finep.

A proposta sindical ainda prevê o bloqueio de incentivos e benefícios para companhias flagradas explorando trabalho escravo ou em condições análogas à escravidão no Brasil.

O texto estabelece que União, estados e municípios fiquem impedidos de conceder isenções, empréstimos ou firmar contratos via licitação com empresas infratoras.

Além do projeto, o Sindicato protocolou pedidos de reunião com Lula e com o Ministério do Trabalho, reforçando a denúncia contra a postura da Embraer.

As cobranças não são inéditas. Em 2024, a entidade já havia proposto ao BNDES bloquear financiamentos à empresa. Até hoje, nenhuma resposta foi encaminhada.

“Dinheiro público não pode financiar quem desrespeita direitos. Queremos um Estado que fortaleça negociação coletiva, respeito, igualdade e trabalho digno”, afirmou o dirigente sindical Herbert Claros.

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