Contra a reforma da Previdência, centrais sindicais e movimentos sociais reuniram cerca de 20 mil trabalhadores na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta segunda-feira (19); para sindicalistas, Temer tentou uma cortina de fumaça ao decretar intervenção federal no Rio de Janeiro; ‘Somos contra a intervenção, até porque não é função do Exército cuidar da segurança pública’, diz Vagner Freitas, presidente da CUT.
Finalizando o dia nacional de mobilização contra a “reforma” da Previdência, cerca de 20 mil pessoas protestaram na Avenida Paulista, em São Paulo, no fim da tarde desta segunda-feira (19). Se por um lado os trabalhadores comemoraram a retirada de pauta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, por outro garantiram que não vão vacilar e seguirão mobilizados. “Continuaremos em estado de greve, alertas e pressionando os deputados. Derrotamos a Globo, o presidente (Michel) Temer, o Moro e os bancos e isso é graças aos trabalhadores”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Trabalhadores de diversas categorias fazem protesto em Santos
O presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força, afirmou que esta decisão mostra que o bom senso prevaleceu. “O movimento sindical já havia alertado o presidente da Câmara sobre a necessidade de haver mais tempo para o debate sobre o tema, inclusive aproveitando as próximas eleições, quando os candidatos poderão apresentar suas propostas”, lembra Paulinho
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-Geral da Força Sindical, os trabalhadores e a sociedade souberam exercer ao longo do ano passado e início deste ano uma forte pressão sobre os parlamentares. Desta maneira demonstraram seu repúdio a esta proposta de reforma do governo Temer. “Foi uma vitória a retirada da pauta”, comemora o sindicalista.
Ao blog do jornalista Gerson Camaroti, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou nesta segunda-feira (19) que a tramitação da reforma da Previdência seria suspensa; “A PEC já está pronta para ser votada mas, com o decreto da intervenção, fica suspensa.”
Para a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, a intervenção é uma chantagem do governo Temer para usar como moeda de troca pela aprovação da reforma da Previdência. “Uma chantagem feita com a vida é o sangue do povo pobre das favelas cariocas”, afirmou.

Assembleia na empresa Técnoflex contra a reforma da Previdência
Ela ressaltou que, com a efetivação da retirada de pauta da reforma, a pauta principal dos estudantes seria a garantia de eleições democráticas.”Não está dado que vão ocorrer eleições livres para o povo escolher o próximo presidente. É preciso lutar para garantir isso. O povo sabe o que está acontecendo, usou do carnaval para se manifestar e isso preocupou os golpistas”, completou.
O coordenador nacional da Frente Brasil Popular Raimundo Bonfim foi a liderança que demonstrou maior desconfiança da decisão de Temer. “Isso pode ser mais uma jogada do governo golpista. Precisamos manter a mobilização e ficar muito atentos. Os maiores interessados na reforma são os grupos de previdência privada e os bancos”, afirmou.
Para a coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Natália Szermeta, o governo Temer está de costas para a população. “Tudo que este governo faz é contra o povo pobre e trabalhador. O que o Rio de Janeiro precisa é de pagamento do salário dos servidores em dia, intervenção social. Não vamos aceitar que a juventude do Rio pague com a vida”, afirmou.
Protestos

Manifestação na empresa Mult Lock em São Paulo

Em Sorocaba, protestos reuniram metalúrgicos, químicos e trabalhadores em transporte público
Diferentes categorias ligadas a Força Sindical realizaram protestos em várias partes do País. Químicos, metalúrgicos, trabalhadores da construção civil, alimentação, entre outros mobilizaram os trabalhadores durante o Dia Nacional de Lutas contra a reforma da Previdência.
Em Sorocaba, interior de São Paulo, os trabalhadores químicos, metalúrgicos e do transporte público realizaram atos, que iniciaram as 2 horas da manhã. A concentração começou na sede do Sindicato dos Metalúrgicos local de partida para a realização dos protestos nas garagens das empresas de ônibus em Sorocaba. Sérgio Luiz Leite, Serginho, 1º secretário da Força Sindical e presidente da Fequimfar destaca a união dos trabalhadores para combater uma proposta que tem como objetivo retirar direitos. ”
Confira mais imagens dos protesto

Em Barueri, gráficos filiados à Força Sindical fizeram panfletagem para sensibilizar a sociedade sobre a reforma da Previdência

Protesto dos trabalhadores da construção civil da Baixada Santista ligados à Força Sindical

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi faz protesto com trabalhadores da Metalúrgica Aurichio
Com informações da Rede Brasil Atual