PUBLICADO EM 18 de abr de 2018
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Paul Singer, uma luz no caminho

O cientista social Paul Singer, brilhante economista, sociólogo e estudioso das teorias econômicas de Karl Marx, desenvolveu, na teoria e na prática, o que hoje se chama Economia Social e Solidária, no Brasil. Isso significa, basicamente, a propriedade dos meios de produção nas mãos dos trabalhadores, com a divisão da mais-valia entre os seus produtores, a criação de moedas alternativas, a lógica anti-capitalista de organizar a produção e dividir os seus frutos, tendo como valor o trabalho.

Por Ruth Coelho Monteiro

Essa forma de gestão da economia produz, paralelamente, a mudança do modo de pensar individualista para o modo de pensar coletivo, a partir da satisfação das necessidades humanas. Carrega dentro de si a disputa contra a hegemonia dos oligopólios das grandes empresas transnacionais e do sistema financeiro, ao mesmo tempo em que combate a concentração de propriedade e renda, não por leis, mas pela prática.

Apesar de parecer um ponto de vista extremamente materialista, uma economia social e solidária elevaria a humanidade a um outro patamar, na medida em que proporciona as condições básicas para o desenvolvimento e crescimento individual em todos os aspectos. Somos aquilo que produzimos e a organização dessa produção organiza a sociedade, da mesma forma.

Paul Singer tinha a preocupação sincera (e não egoísta, homocentrista) com a Natureza, com a certeza de que somos apenas uma pequena parte totalmente integrada a ela, mas que por produzirmos um grande impacto, somos responsáveis a restabelecer o seu equilíbrio, se quisermos que a humanidade ainda habite esse planeta nos próximos milênios.

O movimento sindical tem dentro de si a forma de organização solidária e muitos sindicatos participam e apoiam empreendimentos da Economia Social e Solidária, como cooperativas de produção, serviços e crédito, associações de mutuários e outros. Contudo ainda não estão integrados em redes que poderiam potencializar essas iniciativas. A formação sindical deveria abarcar esse tema de forma sistemática e integrada aos projetos existentes.

Qualquer candidat@ que tenha preocupação com a distribuição da riqueza deveria ter a Economia Social e Solidária como uma de suas metas prioritárias. A meu ver, é a forma lenta, mas segura, de superar o capitalismo, com a participação concreta e permanente dos trabalhadores construindo uma nova sociedade.

Ruth Coelho Monteiro, Secretária de Cidadania e Direitos Humanos da Força Sindical

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