PUBLICADO EM 16 de fev de 2020
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Morre líder operário Raphael Martinelli, do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)

Martinelli nasceu em São Paulo, na Lapa, em 16 de outubro de 1924. Se despedirá dos amigos no hospital Premier, Avenida Jurubatuba, ,481 no Brooklin, também na capital paulista, onde o velório está previsto para ter início a partir das 19h. A causa da morte não foi informada.

Raphael Martinelli, foto da capa do livro que conta a vida do líder ferroviário.

O líder sindical ferroviário Raphael Martinelli morreu, aos 95 anos, neste domingo (16), em São Paulo. O Núcleo de Preservação da Memória Política, do qual ele foi um dos fundadores, divulgou uma nota de pesar.

Martinelli nasceu em São Paulo, na Lapa, em 16 de outubro de 1924. Se despedirá dos amigos no hospital Premier, Avenida Jurubatuba,481  no Brooklin, também na capital paulista, onde o velório está previsto para ter início a partir das 19h. A causa da morte não foi informada.

Formado em 2009 também por outros ex-presos políticos, o Núcleo de Preservação da Memória Política informa que durante os primeiros quatro anos, Raphael Martinelli fez parte do conselho administrativo da entidade. Nos últimos anos, foi advogado do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil e membro fundador e Presidente emérito do Núcleo dos Irredentos.

Trajetória

Ainda segundo nota da entidade, o líder sindical começou a trabalhar aos 12 anos. Antes de entrar na ferrovia, trabalhou na Vidraçaria Santa Marina e na Indústria Metalúrgica Tupi. Em 1941, ingressou na companhia São Paulo Railway, onde fez carreira e profissionalizou-se como ferroviário. No início da década de 1950, tornou-se líder sindical da categoria.

Foi candidato a deputado federal em 1958 pelo Partido Trabalhista do Brasileiro (PTB). Entre os anos de 1959 e 1961, cumpriu seu primeiro mandato como presidente da Federação Nacional dos Ferroviários. Foi membro do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e, já no contexto da ditadura civil-militar (1964-1985), após sua saída do “Partidão” (Partido Comunista Brasileiro, o PCB), participou da fundação da Ação Libertadora Nacional (ALN) ao lado de Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, em 1967.

Martinelli participando do debate na Força Sindical, sobre o filme: Dossiê Jango, com participação de Andrea Casanova Maia, doutora em História Social , João Vicente Goulart , Milton Cavalo presidente do Centro de Memória Sindical e José Ferraz de Campos em 26/09/2013/Foto: Jaelcio Santana

Por conta de sua militância, já havia sido preso em 1955 como líder sindical dos ferroviários. Atuando na clandestinidade, foi perseguido e preso novamente no ano de 1970. Durante pouco mais dos três anos em que ficou preso, passou por outros centros de repressão como o DOI-Codi/SP e Deops/SP, onde foi submetido a torturas, informa nota do núcleo. Nesse período, destacou-se como um dos militantes mais velhos, com quase 50 anos de idade, prestando auxílio aos mais jovens.

Martinelli (ao centro, de azul) com dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Clodesmidt Riani (de gravata), dirigente como ele do antigo CGT e Dra Rosa Cardoso, da Comissão da Verdade/Data 01/10/2013/Foto: Jaelcio Santana

Na década de 1980, com o processo de redemocratização, formou-se bacharel em Direito e participou da fundação da CUT e do PT. Em 2001, foi um dos fundadores do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo, instituição em que atuou por muitos anos como presidente, consta no material divulgado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política.

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