PUBLICADO EM 27 de mar de 2025

Inflação é pressionada por alimentos e transportes em março

A prévia da inflação ficou em 0,64% em março, 0,59 ponto percentual (p.p.) abaixo de fevereiro, quando variou 1,23%. O resultado foi influenciado, principalmente, pelos grupos de alimentação e bebidas, com alta de 1,09% e impacto de 0,24 p.p. no índice geral, e Transportes, que subiu 0,92% e exerceu influência de 0,19 p.p.. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi divulgado hoje (27) pelo IBGE.

Inflação com altas em ovo de galinha (19,44%), tomate (12,57%) e café moído (8,53%), alimentação no domicílio acelera para 1,25% em março

Inflação com altas em ovo de galinha (19,44%), tomate (12,57%) e café moído (8,53%), alimentação no domicílio acelera para 1,25% em março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,36% em março de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 5,26%. Já o IPCA-E, que representa o IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 1,99% no período de janeiro a março.

Alimentação e bebidas puxam alta da inflação

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva no mês. O maior impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, que registrou aumento de 1,09%, contribuindo com 0,24 ponto percentual (p.p.) no índice geral.

Os preços da alimentação no domicílio avançaram 1,25% em março, acelerando em relação a fevereiro (0,63%). Os principais responsáveis por essa alta foram:

  • Ovo de galinha (+19,44%)
  • Tomate (+12,57%)
  • Café moído (+8,53%)
  • Frutas (+1,96%)

A alimentação fora do domicílio também registrou alta, passando de 0,56% em fevereiro para 0,66% em março. Esse aumento foi impulsionado pelo preço da refeição, que subiu de 0,43% para 0,62%. Já o lanche desacelerou, passando de 0,77% para 0,68%.

Transportes também pressionam índice

O grupo Transportes teve alta de 0,92%, com impacto de 0,19 p.p. no IPCA-15. Juntos, Alimentação e bebidas e Transportes responderam por cerca de dois terços do resultado de março.

Os combustíveis apresentaram aumento expressivo (1,88%), impulsionados por:

  • Óleo diesel (+2,77%)
  • Etanol (+2,17%)
  • Gasolina (+1,83%, maior impacto individual no mês, com 0,10 p.p.)
  • Gás veicular (+0,08%)

Outro destaque foi o reajuste de 7,04% nas tarifas de trem no Rio de Janeiro, que resultou em um aumento de 1,90% no subitem trem.

Habitação desacelera após impacto de reajuste na energia elétrica

O grupo Habitação registrou alta de 0,37% em março, desacelerando em relação a fevereiro, quando subiu 4,34% devido ao fim dos descontos na conta de luz relacionados ao bônus de Itaipu.

A energia elétrica residencial subiu 0,43%, influenciada por um reajuste de 1,37% em uma concessionária do Rio de Janeiro. No entanto, houve uma queda na região de -0,12%, decorrente da redução na alíquota do PIS/COFINS.

No segmento de gás encanado (-0,51%), foram incorporadas reduções tarifárias a partir de 1º de fevereiro:

  • Rio de Janeiro: -0,92% (queda média de 1,55%)
  • Curitiba: -1,79% (queda média de 3,01%)

Outros grupos e impactos no índice

Os demais grupos também registraram variações positivas:

  • Despesas pessoais: 0,81% (impacto de 0,08 p.p.)
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,35% (impacto de 0,05 p.p.)
  • Comunicação: 0,32% (impacto de 0,01 p.p.)
  • Vestuário: 0,28% (impacto de 0,01 p.p.)
  • Educação: 0,07% (impacto de 0,00 p.p.)
  • Artigos de residência: 0,03% (impacto de 0,00 p.p.)

Regiões

Todas as regiões pesquisadas apresentaram variação positiva em março. Curitiba teve a maior alta (1,12%), impulsionada pelo aumento nos preços da gasolina (7,06%) e do etanol (6,16%).

Fortaleza registrou a menor variação do país (0,34%), influenciada pela queda nos preços da energia elétrica residencial (-1,69%) e da gasolina (-0,90%).

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