PUBLICADO EM 21 de jan de 2019
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Em nota, sindicatos criticam reestruturação da GM

Sindicatos que representam metalúrgicos que trabalham na General Motors no Brasil criticaram um memorando enviado por Carlos Zarlenga, presidente da montdora no Mercosul, aos funcionários afirmando que o Futuro da companhia no país depende de montadora voltar a lucrar.

Na sexta-feira (18), empresa pede sacrifício de todos/Foto: Divulgação

Apesar de ser líder no mercado desde 2016, o executivo disse aos empregados que, após perdas nos últimos anos, a operação atingiu “um momento crítico que exige sacrifícios de todos”. A filial sul-americana tem sido pressionada pela matriz.

Segundo os sindicalistas, o posicionamento da empresa “contradiz com a realidade, visto que a GM anunciou um lucro global superior a US$ 2,5 bilhões, o equivalente a R$ 10 bilhões, no último trimestre, e é líder de vendas na região”.

A nota foi divulgada nas fábricas da GM.

O Brasil, a GM é líder de vendas, à frente de Volkswagen e Fiat Chrysler. Em 2018, a montadora foi responsável por 389,5 mil de um total de 2,6 milhões de carros vendidos pela indústria automotiva.

De acordo com os sindicalistas, haverá uma reunião com os representantes da empresa na terça-feira (22) sobre as reestruturações anunciadas.

Além da possibilidade de paralisação das produções latino-americanas, os sindicalistas também criticam o fechamento de plantas nos EUA e Canadá. Segundo eles, no Brasil, “já que foram feitas várias concessões à GM e a empresa sempre querendo mais”.

Assinam a nota conjunta: Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Executiva Nacional da CSP/Conlutas, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul e Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

Confira a seguir a Nota das entidades sindicais

Na última sexta-feira (18) a General Motors (GM) enviou um comunicado aos seus funcionários, assinado pelo presidente da empresa no Mercosul, Carlos Zarlenga, onde coloca que a situação da empresa “é crítica” e que eles estudam a possibilidade de sair do Brasil e da América do Sul.

Logicamente isto leva apreensão aos trabalhadores. No entanto ela se contradiz com a realidade, visto que a GM anunciou um lucro global superior a 2,5 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 10 bilhões, no último trimestre, e é líder de vendas na região.

Acontece que a empresa aproveita o momento para fazer uma forte reestruturação, com demissões e fechamento de plantas, como algumas que já foram anunciadas nos EUA e Canadá. Os trabalhadores não podem mais uma vez “pagar o pato”.

Repudiamos esta possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa , já que foram feitas várias concessões à GM e a empresa sempre querendo mais.

Não aceitamos que a situação seja utilizada para reduzir mais direitos, nem demissões ou o fechamento de fábricas. Defendemos os empregos e queremos estabilidade!

Os sindicatos que têm representação na GM no Brasil e demais entidades que assinam este documento manifestam sua oposição a esta reestruturação global que a GM vem promovendo, pois ataca os empregos com o fechamento de plantas e a retirada de direitos.

Nesta luta, buscaremos atuar em unidade, inclusive, com trabalhadores de outros países que também abrigam plantas da GM, como a Argentina. Participaremos na terça-feira (22), de uma reunião com representantes da empresa e defenderemos juntos os empregos e os direitos dos trabalhadores.

 

São Paulo, 21 de janeiro de 2019

 

Miguel Torres
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força)

Paulo Cayres
Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT)

Atnágoras Lopes
Membro da Executiva Nacional da CSP/Conlutas

Wagner Santana (Wagnão)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Aparecido Inácio da Silva (Cidão)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul

Weller Pereira Gonçalves
Presidente Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Fonte: Folha SP

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