A análise das negociações da data-base agosto revela que 86,7% dos 60 reajustes registrados na base de dados do Mediador até o dia 12 daquele mês conquistaram ganhos reais, segundo comparação com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).
Revela, também, que 3,3% dos reajustes foram iguais à variação dos preços, e 10% ficaram abaixo desta. Embora os dados indiquem coerência com o quadro observado nos meses anteriores, em especial no tocante ao percentual de reajuste acima do INPC, eles precisam ser tomados com muita cautela, uma vez que se baseiam em uma amostra significativamente pequena, devido ao fato de que o Mediador esteve inoperante por problemas técnicos nas últimas semana.
Distribuição dos reajustes em 2024
No tocante aos dados consolidados de 2024, até agosto, a pesquisa revela que 86,1% dos 9.613 reajustes analisados conquistaram aumentos reais em relação ao INPC, 10,5% foram em percentual igual à variação do índice de inflação e apenas 3,4% ficaram abaixo desta.A variação real média dos reajustes de 2024 é, no momento, igual a 1,54% acima da inflação
Resultados por setor econômico
Não se observam variações significativas no comportamento dos reajustes salariais por setores econômicos, com o acréscimo dos reajustes salariais analisados no último mês. As negociações na indústria e nos serviços seguem apresentando os maiores percentuais de ocorrência de ganhos reais (87,9% e 86,8%, respectivamente), como pode ser visto no gráfico a seguir
Resultados por tipo de instrumento coletivo
Quanto ao tipo de instrumento coletivo negociado, tanto os acordos coletivos quanto as convenções coletivas registram elevado percentual de reajustes acima da variação do INPC, sendo mais frequentes entre os acordos coletivos. Por outro lado, as convenções registram, em termos relativos, menos reajustes abaixo da variação do índice inflacionário.