PUBLICADO EM 06 de nov de 2020
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Covid19: muitas pessoas deixaram de trabalhar e não procuraram emprego

A pandemia levou muitas pessoas em idade ativa a deixarem de trabalhar e não procurarem emprego no segundo trimestre deste ano, tornando-se inativas.

Metrô Sé. Foto: Radio Peão

Os dados são parte do estudo Análise das Transições no Mercado de Trabalho Brasileiro no Período da Covid-19, que se baseou nos dados da Pnad Contínua e da Pnad Covid-19, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo mostrou que “Os fluxos da condição de estar trabalhando para as condições de afastamento temporário ou inatividade, por sua vez, foram muito superiores aos valores observados no biênio anterior: 13,1% transitaram para o afastamento (contra cerca de 1,5% em 2018-19) e 9,3% para a inatividade (contra 6,3% em 2018 e 5,8% em 2019). Os fluxos na direção da desocupação também aumentaram em relação aos anos anteriores, mas de forma menos expressiva: 3,8% em 2020, contra 3,4% em 2018 e 2019”.

A queda dos níveis de ocupação e participação na força de trabalho a partir de março e abril deste ano (apontado como o pior momento da crise) também foi um dado aferido. A partir de maio, houve uma rápida recuperação dos principais indicadores econômicos. Mas a pandemia levou muitas pessoas em idade ativa a deixarem de trabalhar e não procurarem emprego no segundo trimestre deste ano, tornando-se inativas.

Diante do desalento e da concessão do auxílio emergencial, muitos indivíduos que teriam permanecido desocupados no segundo trimestre deste ano acabaram transitando para fora da força de trabalho.

Trabalhadores ocupados

Dos trabalhadores ocupados e não afastados no primeiro trimestre de 2020, a proporção que permaneceu nessa condição no segundo trimestre foi de cerca de 60% no setor privado informal, 68% no setor público informal e 67% entre os trabalhadores por conta própria. Em contrapartida, esse índice foi superior para os trabalhadores com carteira no setor privado (78%), para os empregados públicos CLT (79%) e para os militares e estatutários (77%).

A menor proporção de permanência na condição de ocupado trabalhando entre o primeiro e o segundo trimestres de 2020 foi a construção civil (68,1%).

Cresce o número de trabalhadores que estão retornando 

De acordo com dados da Pnad Covid, desde julho é crescente o número de trabalhadores que estão retornando para suas ocupações, em todos os segmentos pesquisados. Em termos agregados, o percentual de trabalhadores ocupados que foram afastados devido à pandemia caiu de 18,7% em maio deste ano para 3,7% em setembro de 2020.

Os pesquisadores acreditam que, com a continuidade dos processos de flexibilização das restrições às atividades socioeconômicas e de recuperação do nível de atividade, e tendo em vista a redução do auxílio emergencial, o nível de ocupação deve aumentar até o final do ano. No entanto, é esperado que a taxa de participação no mercado de trabalho também aumente, fazendo com que a taxa de desocupação continue a elevar-se no curto prazo e mantenha-se em patamar alto por algum tempo.

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