PUBLICADO EM 18 de jul de 2021
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Colors, as Cores da Violência; filme

O senso de pertencimento a um grupo pode ser um traço positivo da juventude frente ao individualismo que a sociedade capitalista impõe. Mas a dedicação obstinada a este grupo pode levar a um radicalismo que é, no limite, segregador e disseminador da violência. O problema maior se dá quando este é o único caminho viável que um jovem vê a sua frente.

O tema do trabalho de uma divisão especial, voltada ao controle de gangues, da polícia de Los Angeles, poderia facilmente resultar em um filme que se limita a opor bandidos e mocinhos, onde os bandidos são as gangues e os mocinhos a polícia – ou vice-versa.

Contudo, Dennis Hopper foi esperto o suficiente para não fazer de Colors um filme moralista. Em um contexto em que a existência dessa divisão especial da polícia é necessária, não há a figura do bem e do mal. O que há é uma disseminação de gangues e do tráfico de drogas como possibilidade de ascensão em uma sociedade marcada por dois anos de recessão econômica e pelo aumento da desigualdade social.

A dupla Robert Hodges/Danny McGavin, como parceiros policiais incompatíveis, opõe modelos de atuação. O novato Danny traz eficiência às ações, mas tem muito que aprender com Bob. Aprender que a fria relação de causa e efeito deve ser relativizada por uma concepção assistencial, que visa uma recuperação daquela juventude. O filme foi gravado em South Los Angeles, e relata os conflitos entre os policiais e as gangues Bloods e Crips, que agiam em Los Angeles.

EUA, 1988

Direção: Dennis Hopper

Elenco: Sean Penn, Robert Duvall, María Conchita Alonso, Trinidad Silva

 

 

 

 

 

Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical. Do livro “O mundo do Trabalho no cinema”, publicado por Centro de Memória Sindical

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