PUBLICADO EM 10 de jun de 2025

Terceirizados da RPBC e Transpetro suspendem greve

Terceirizados da RPBC e Transpetro suspendem greve após proposta de reajuste de salários e benefícios durante assembleia

Na foto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Ramilson Manoel, fala na assembleia desta segunda-feira, diante da refinaria

Os operários terceirizados da refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC Petrobras), mais os da Transpetro Pilões e Alemoa, num total de 3.500, suspenderam a greve marcada para esta segunda-feira (9).

Em assembleia diante do portão 20 da estatal, eles recuaram por causa do resultado da audiência de conciliação no TRT (tribunal regional do trabalho), na tarde de quinta-feira (5).

Seu vice-presidente judicial, desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto, primeiro sugeriu reajuste de 6% nos salários e benefícios, bem menos do que as empresas já haviam oferecido.

Multa de R$ 100 mil

O presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial, Ramilson Manoel, ponderou que a proposta das empresas era melhor do que a sugerida pelo tribunal.

O magistrado perguntou ao representante das empresas se era verdade e ele confirmou: reajuste de 7,32% nos salários, 13% no vale-refeição e cesta-natalina de R$ 300.

E mais: 10% na participação nos lucros ou resultados (plr) e renovação das demais cláusulas do acordo coletivo de 2024. O desembargador decidiu então manter a proposta das empresas.

Ele impôs, para isso, a suspensão da greve, sob pena de R$ 100 mil de multa por dia parado. E agendou, para esta terça-feira (10), às 13 horas, o julgamento do dissídio se os trabalhadores mantivessem a paralisação.

Resultado final poderia ser pior

Na assembleia, segundo Ramilson, a categoria refletiu sobre o ônus e o bônus da decisão. “Se seguíssemos para o dissídio, o juiz determinaria o índice e ninguém sabe o que poderia acontecer”.

O sindicalista explica que, se os trabalhadores mantivessem a greve, a decisão judicial poderia apresentar índices inferiores aos propostos pelas empresas.

Com a decisão tomada, as diferenças salariais retroativas à data-base de 1º de maio serão pagas, em forma de abono, até 20 de junho. E as diferenças do vale-alimentação, na recarga de junho.

Quando as empresas foram notificadas da aprovação da greve, na assembleia de terça-feira (3), protocolaram, já na quarta-feira (4), ação de dissídio coletivo de trabalho no tribunal.

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