PUBLICADO EM 14 de jun de 2023
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Sindicalistas debatem relações de trabalho no mundo

A plenária da 111ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), realizada nesta terça-feira (13), foi marcada por críticas ao modelo neoliberal que precariza a mão de obra e destrói o meio ambiente. O presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas, Eusébio Pinto Neto, está em Genebra, na Suíça, para acompanhar o evento, promovido pela Organização Internacional do Trabalho(OIT).

Os representantes dos trabalhadores lembraram que a pandemia da Covid-19, a crise econômica e as mudanças climáticas aumentaram as desigualdades no mundo do trabalho.

Antônio de Lisboa Amâncio Vale, Membro Trabalhador do Conselho de Administração da OIT, representou o Brasil na plenária. Ele fez uma análise sobre os impactos dos avanços tecnológicos e da inteligência artificial no mundo do trabalho e denunciou a exploração da mão de obra pelas empresas de aplicativos. Segundo o sindicalista, um por cento dos mais ricos do mundo ficou com quase dois terços de toda riqueza gerada em 2020, seis vezes mais do que 90% da população global ganhou no mesmo período. Antônio Vale destacou que os ganhos de produtividade deveriam ser repassados à sociedade, mas são usados para a concentração de riqueza.

A Delegada dos Trabalhadores da Finlândia, Paula Ilveskivi, afirmou que os tradicionais contratos de trabalho permanentes foram substituídos por contratos temporários e por outras formas de trabalho incertos. Ela chamou a atenção para o trabalho autônomo, que não tem proteção alguma, e está disfarçado sob um falso contrato de trabalho. “É preciso ficar atento para as novas formas de organização do trabalho que são excluídas do âmbito das convenções coletivas e da proteção trabalhista. Os empregadores estão contestando os direitos fundamentais dos trabalhadores, como a liberdade de associação, incluindo o direito à greve e à negociação coletiva”, completou Ilveskivi.

O Secretário-Geral da Confederação Sindical Internacional, Luc Triangle, denunciou os ataques à liberdade sindical e ao direito de greve. Segundo ele, não há progresso social e econômico quando as entidades de defesa dos trabalhadores são atacadas. Triangle disse que a justiça social não pode ser realizada através do modelo neoliberal. Luc defendeu um novo contrato social para colocar a economia a serviço da humanidade e salvar as pessoas e o planeta da ameaça de destruição.

O presidente do SINPOSPETRO-RJ acompanhou parte dos discursos ao lado do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Eusébio Neto também se reuniu com dirigentes da Confederação Sindical dos Países da Língua Portuguesa. “É muito gratificante participar deste evento que coloca a promoção e a justiça social no centro dos debates. Só vai haver paz no mundo quando uma verdadeira justiça social for garantida para os trabalhadores”, disse.

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