PUBLICADO EM 12 de maio de 2020
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Segunda parcela do auxílio emergencial depende do governo, diz presidente da Caixa

Segundo Pedro Guimarães, qualquer pessoa que se cadastrar até 3 de julho receberá as três parcelas do benefício a que tem direito

Pagamento da primeira parcela foi tumultuado e filas enormes se formaram nas agências – Foto: Roberto Parizotti

Em depoimento na Comissão Mista de Acompanhamento ao Coronavírus, do Congresso Nacional, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que as datas de pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, dirigido às pessoas socialmente mais vulneráveis à pandemia de coronavírus, depende da divulgação do calendário pelo governo Bolsonaro. Inicialmente, o governo prometeu que o pagamento da segunda parcela começaria em 27 de abril. A audiência pública foi realizada na tarde desta segunda-feira (11).

Segundo ele, a instituição, que tem cerca de 4,2 mil agências, “está preparada para iniciar o pagamento da segunda parcela, a partir de todas as medidas que já adotamos, e esperamos que tenha um pagamento mais tranquilo”. O foco da Caixa, no momento, é finalizar o pagamento da primeira parcela, disse. “Assim que o governo divulgar o calendário da parcela 2, a Caixa prestará as informações sobre a operação de pagamento”, esclareceu.

De acordo com Guimarães, qualquer pessoa que se cadastrar até 3 de julho receberá as três parcelas a que tem direito. A instituição contratou mais 300 funcionários e o segundo pagamento “será mais eficiente”, segundo o dirigente. Ele informou que mais de 50 milhões de pessoas já receberam e 6% dos beneficiários ainda não movimentaram os valores “por algum motivo”. Há 17 milhões de casos em análise e 26 milhões que foram considerados inaptos ou “inelegíveis”.

Segundo Guimarães, as filas que se formaram no pagamento da primeira parcela não se repetirão no próximo pagamento. Ele admitiu que questões tecnológicas provocaram filas. “Desde quarta-feira a redução foi enorme. Nos últimos quatro, cinco dias, não tivemos filas nas 4,2 mil agências.”

Notificação do Pocon
A instituição abriu 680 agências no sábado (9), das 8h às 12h. No estado de São Paulo, foram 155 agências abertas. As agências funcionam das 8 às 14 horas desde 4 de maio nos dias úteis, para tentar reduzir as enormes filas que se formaram para receber o beneficio.

Em entrevista coletiva realizada também à tarde, o vice-presidente da Rede de Varejo Caixa, Paulo Henrique Angelo, disse que a fila no sistema eletrônico é de cerca de um minuto, via aplicativo. Ele destacou que o banco fez parceria com 820 prefeituras e 30 mil funcionários trabalham até nos sábados para superar a demanda.

Apesar de o presidente do banco dizer que o problema das filas está sendo resolvido, o Procon de São Paulo informou, nesta segunda, que notificou a Caixa solicitando explicações sobre a situação verificada em diversas agências em razão do pagamento do auxílio.

“Conforme divulgado na imprensa, beneficiários do Programa Auxílio Emergencial compareceram às agências da instituição em busca do valor de R$ 600,00 ou de informações sobre o assunto, formando filas e aglomerações, o que contraria as recomendações das autoridades neste momento por aumentar o risco de propagação da covid-19”, diz o Procon.

Dificuldade
Guimarães afirmou que 7 milhões de pessoas estão com dificuldade de sacar o benefício por não conseguirem utilizar o sistema do aplicativo da Caixa, o que as obriga a ir às agências.

O Procon-SP cobrou que o banco informe sobre a eventual existência de um plano de ação “para agilizar o atendimento, evitando filas e aglomerações”. O órgão também quer saber se há meio alternativo “e mais ágil” para os beneficiários incluídos nos grupos de risco de contaminação e os que têm problemas para acessar os meios digitais.

Na semana passada, o cientista político e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Frederico de Almeida afirmou, em entrevista à RBA, que a avaliação positiva de Bolsonaro cresceu nas classes baixas, beneficiadas pelo auxilio emergencial, apesar de a proposta inicial do governo Jair Bolsonaro ter sido de apenas 200 reais. O valor de 600 reais foi estabelecido pelo Congresso Nacional após pressão da oposição.

“No desespero das pessoas, os 600 reais resolvem, caem na conta dos mais afetados pela pandemia”, disse Almeida.

Fonte: Rede Brasil Atual

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