PUBLICADO EM 10 de dez de 2020
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Ministério Público do Trabalho defende anulação de demissões feitas pela Embraer

A ação está em tramitação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª da região, em Campinas.

Em manifestação realizada no dissídio coletivo promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, o Ministério Público do Trabalho (MPT) defendeu o cancelamento das 2.500 demissões realizadas pela Embraer em plena pandemia, por meio de programa de demissão voluntária e cortes diretos. A ação está em tramitação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª da região, em Campinas.

O MPT sustenta que o dissídio coletivo “deverá ser julgado procedente, determinando a suspensão de todas as rescisões contratuais após os PDV, diante da nulidade das rescisões realizadas em desconformidade com a normatização referida, para declarar nulas as demissões coletivas efetivadas sem observância da necessária negociação prévia com os sindicatos após os PDV”.

A procuradoria ainda se posiciona que “caso o grau de incompatibilidade resultante do dissídio impeça a reintegração, seja esta convertida em indenização em favor de cada trabalhador alvo de demissão, no montante de vinte e quatro (24) salários nominais atuais”.

No seu parecer, a procuradora Regional do Trabalho Ivana Paula Cardoso criticou fortemente a Embraer, citando inclusive uma frase que consta no site da empresa: “Temos uma crença inabalável de que há sempre uma solução melhor”, diz a mensagem, uma contradição com a opção pelas demissões, segundo o MPT.

A procuradora ainda destaca que o “grande porte econômico da Embraer e o seu potencial de conseguir novos negócios, o vasto leque de medidas alternativas existentes no ordenamento e a ampla flexibilidade de negociação que as partes tinham para encontrar uma solução melhor impõe pronunciar que dispensa coletiva promovida é ilegal”.

Após o parecer do MPT, que também reconheceu o Sindicato de São José como representante de todos os trabalhadores demitidos, a decisão ficará a cargo do Tribunal, que deverá marcar julgamento nos próximos dias.

“Consideramos muito importante a manifestação do Ministério Público do Trabalho contra as demissões realizadas pela Embraer. Esperamos agora que os desembargadores sigam esse posicionamento e cancelem esses cortes arbitrários e desumanos. Nossa luta é pela reintegração de todos”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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