PUBLICADO EM 29 de nov de 2022
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Inflação na indústria fica em -0,85% em outubro, terceira variação negativa consecutiva

O setor de maior destaque para a queda da inflação é a indústria química. Foto: HippoPX

Os preços da indústria caíram 0,85% em outubro frente a setembro. É a terceira variação negativa do Índice de Preços ao Produtor (IPP). Entretanto, o IPP ainda acumula alta de 5,04% no ano, distante dos 26,69% do ano passado. O indicador acumulado nos últimos 12 meses também vem apresentando uma desaceleração e chegou a 6,50%, menor resultado neste tipo de comparação desde junho de 2020, quando havia sido de 6,38%. As informações foram divulgadas hoje, 29, pelo IBGE.

Dos 24 setores analisados em outubro, 12 apresentaram queda e 12 tiveram alta. Mas, assim como nos meses anteriores, os setores que mais influenciaram o resultado mensal apresentaram variações negativas, o que ajuda a explicar o porquê da nova queda no IPP.

O setor de maior destaque é a indústria química, com a maior variação, -4,58%, e a maior influência (-0,44 p.p.). Alvim explica que o resultado se explica pela maior queda no preço dos fertilizantes e dos produtos orgânicos.

Queda de preços de commodities impacta indústrias extrativas

Na sequência, outros dois setores tiveram impacto semelhante: Refino de petróleo e biocombustíveis e Indústrias extrativas, ambos contribuindo com 0,17 pontos percentuais no resultado. Em indústrias extrativas, o movimento do setor é relacionado aos preços internacionais nas três principais commodities do setor: minério de ferro, gás natural e óleo bruto de petróleo. “Minérios de ferro e gás natural tiveram queda e o que segurou um pouco a redução foi a elevação do preço do óleo bruto de petróleo”, destaca Alvim.

Já o setor de refino de petróleo e biocombustíveis também vem apresentando queda por conta da redução dos preços dos derivados de petróleo. “O setor ainda está surfando na queda do óleo bruto que ocorreu entre julho e setembro. Mas produtos como gasolina e óleo diesel já começaram a ter os preços reajustados nas refinarias, mas não a ponto de ultrapassar a média de setembro. Em outubro os preços do diesel, GLP e gasolina ainda continuam menores que no mês anterior”, completa Alvim.

Laticínios puxam queda dos preços de alimentos

Quarto setor em destaque, a indústria de alimentos vem sendo impactada pela redução dos preços dos laticínios, 2,14% em outubro, após altas de preços intensas no primeiro semestre. “Entre fevereiro e junho, o leite teve a oferta prejudicada por questões climáticas, que ficou ainda mais prejudicada devido à entressafra. Desde agosto a oferta está maior e temos o terceiro mês consecutivo de queda, acumulando de agosto a outubro uma redução de 22,84% do grupo de laticínios”, analisa Alvim.

Ainda em alimentos há uma queda de preços de carnes de aves devido à elevação da oferta, com o setor se preparando para o aumento da demanda nas festas de final de ano. Já o óleo de soja tem queda devido à redução da demanda.

Crise dos semicondutores eleva preços dos veículos

O setor de veículos é destaque no indicador acumulado do ano, com uma variação de 8,63%. A atividade vem sendo impactada há alguns em meses pelo aumento dos custos em sua cadeia de produção, especialmente componentes eletrônicos. “Há uma crise global na cadeia de semicondutores, deixando os custos dos veículos mais caros. O setor tem 28 meses consecutivos de alta, período em que acumula variação de 33,00%”, ressalta o analista do IPP.

Fonte: IBGE

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