PUBLICADO EM 08 de dez de 2017
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Assassinado há 37 anos, John Lennon dedicou sua vida à arte, à música e à luta pela paz

Nascido em 1940, em uma família de operários ingleses, criado pela tia, John Lennon viveu uma juventude conturbada, mas conheceu o sucesso logo no início dos anos de 1960, através da banda The Beatles, que fundou junto com Paul McCartney.

A banda consagrou-se como um dos maiores fenômenos midiáticos vistos até hoje, o que garantiu aos seus integrantes e, em especial à dupla Lennon e McCartney, um descomunal prestígio.

Em pouco tempo Lennon tornou-se um ídolo que levava multidões ao delírio. O sucesso, tanto da banda quanto da carreira solo do cantor, deve-se não apenas à qualidade, riqueza e inovação de suas músicas, mas também à mensagem política e social que a banda imprimia. Isso porque a evolução artística dos Beatles, desde o estilo quase ingênuo de Please Please Me (1962), com uma pegada rock´n´roll, até a sofisticação de Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band e do White Album, marcou revolução dos costumes vivida na época.

A declaração polêmica de John em uma entrevista de 1966: “O cristianismo vai desaparecer e encolher. (…) Nós somos mais populares que Jesus agora. Eu não sei qual será o primeiro – o rock ‘n’ roll ou o cristianismo. Jesus estava certo, mas seus discípulos eram grossos e ordinários”, marcou o cantor até o fim de sua vida. A fala repercutiu no mundo todo, recebendo ataques religiosos, gerando eventos em locais públicos de jovens religiosos queimando discos dos Beatles e levou a grupos fanáticos esperarem a banda do lado de fora do show para tentar matá-los. John chegou a se desculpar e a tentar esclarecer que foi mal interpretado. Mas o fanatismo religioso acabou por custar-lhe a própria vida.

No dia 8 de dezembro de 1980, o músico foi alvejado a tiros diante do edifício Dakota, em Nova York. Levado às pressas para um hospital, o ex-beatle morreu ainda na ambulância. Mark David Chapman, fã dos ex-Beatles, revoltado com suas declarações sobre Jesus Cristo, o esperava há algumas, em frente ao Central Park, em Nova York, onde John Lennon e Yoko Ono moravam. Pouco antes das 23h do dia 8 de dezembro de 1980, Lennon chegou. O ex-beatle, então com 40 anos, desceu de sua limousine e passou ao lado de Chapman para entrar no edifício. Foi quando o jovem  puxou um revólver e disparou cinco tiros na direção de Lennon. Quatro acertaram o alvo. Era o fim de um ídolo que determinara a vida e o modo de pensar e agir de toda uma geração.

Engajamento político

O complexo mundo do pós-guerra e do início da guerra fria suscitou na juventude a revolta contra a injustiça social e contra a violência de intervenções militares como os bombardeamentos atômicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki, a Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnan. O movimento hippie foi um dos maiores exemplos da negação da juventude a este mundo. E os Beatles amadureceram demonstrando extrema sensibilidade a este contexto e revelando ao mundo que eles eram muito mais do que técnica e entretenimento.

Durante a década de 1970, John, ao lado de sua companheira,  Yoko Ono, envolveu-se em vários eventos políticos pela promoção da paz, pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores e também exigindo o fim da Guerra do Vietnã. Seu envolvimento com líderes da extrema-esquerda norte-americana, com Jerry Rubin, Abbie Hoffman e John Sinclair, além de seu apoio formal ao Partido dos Panteras Negras, deu início a uma perseguição ilegal do governo Nixon ao casal.

A gravação da canção “Give Peace a Chance” em 1969, com John e Yoko cabeludos cantando na cama cercados por amigos, tornou-se símbolo da luta pela paz.

Depois da morte, a mítica que envolvia o artista cresceu ainda mais.

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