Cerca de 100 mil funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, lutam contra a redução de 40% nos salários, a retirada de 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e contra a privatização do sistema, que prejudica sobretudo a população.
Na última audiência por videoconferência, dia 11, a ministra Kátia Arruda, relatora do processo, apresentou proposta para por fim ao impasse e à paralisação. Ela sugeriu a prorrogação das cláusulas sociais até o final da pandemia. Mas a ECT recusou.
A empresa manteve a disposição de reduzir o valor do adicional noturno e das horas extras; e cortar direitos como licença-maternidade de 180 pra 120 dias; indenização por morte; e ainda auxílio pra filhos com necessidades especiais e auxílio-creche.
Segundo Elias Cesário, o Diviza, vice-presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Correios (Findect) e presidente do Sintect-SP, não significa que há uma configuração garantida no Tribunal a favor da categoria. “Nem há garantias de que a ECT vá acatar o que esse Tribunal Superior decidir, caso não passe o que ela quer”, afirma.
Diviza afirma que a própria ministra lembrou que a direção da ECT apelou ao Supremo Tribunal Federal ano passado por não aceitar a decisão do TST.
Mobilização – Ao longo do mês, os Sindicatos da categoria realizaram diversos protestos, carreatas e ações solidárias. Sexta, o Sintect-SP entregou quase uma tonelada de alimentos arrecadados ao Padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral Povo da Rua. O religioso atua em defesa das pessoas marginalizadas, na região central da capital paulista, onde fica sua comunidade.