PUBLICADO EM 05 de jan de 2018

Gás de cozinha teve, em 2017, maior alta em 15 anos

De acordo com os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do botijão de gás em dezembro de 2017 chegou a R$ 66,53; alta foi de 16,39% com relação ao verificado no mesmo mês de 2016, já descontando a inflação no período; aumento maior do que esse, só em 2002 (34%); naquele ano, assim com em 2017, a Petrobras inaugurou uma política de acompanhamento mais próximo das cotações internacionais dos combustíveis

O preço do botijão de gás teve em 2017 a maior alta desde 2002. Já os preços da gasolina e do diesel, apesar dos frequentes reajustes da Petrobras, subiram mais em 2015, quando a ex-presidente Dilma Rousseff pôs fim a um período de represamento dos preços.

De acordo com os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do botijão de gás em dezembro de 2017 chegou a R$ 66,53, alta de 16,39% com relação ao verificado no mesmo mês de 2016, já descontando a inflação no período.

Aumento maior do que esse, só em 2002 (34%). Naquele ano, assim com em 2017, a Petrobras inaugurou uma política de acompanhamento mais próximo das cotações internacionais dos combustíveis.

A estratégia, porém, foi suspensa em meados do ano, após reclamações do então candidato à presidência, José Serra, quanto ao impacto eleitoral dos frequentes aumentos.

Em novembro, após seis aumentos seguidos, a Petrobras também decidiu rever sua política de reajustes para o combustível, iniciada em junho, alegando que ela repassa ao consumidor impactos sazonais, como o aumento das cotações externas devido ao inverno no Hemisfério Norte.

A nova política ainda não foi divulgada, mas a empresa já admitiu em nota que recompensará parte das altas já estabelecidas. A expectativa é que o produto não sofra alterações este mês – normalmente, os ajustes ocorrem até o dia 5.

A política anterior levava em consideração as cotações do butano e do propano (gases usados para fazer o gás de cozinha) no leste europeu, além de uma margem de lucro para a estatal.

Desde que foi adotada, o preço do produto para envase em botijões de 13 quilos subiu 67,8% nas refinarias. O gás para botijões chegou a ficar congelado por 13 anos, como estratégia dos governos petistas para segurar a inflação.

Os dados da ANP mostram que o preço médio da gasolina no país em dezembro chegou a R$ 4,085 por litro, alta de 6,53% em relação a dezembro de 2017, já descontada a inflação.

Ao longo de 2017, quando iniciou uma política de ajustes diários, a Petrobras promoveu 119 mudanças no preço, tanto para cima como para baixo, mas o principal impacto foi do aumento das alíquotas de PIS/Cofins promovidas pelo governo Michel Temer no fim de julho.

Foi a terceira maior alta anual desde 2001, quando os dados começaram a ser compilados, perdendo para 2015 (8,42%) e 2004 (7,74%).

Há dois anos, em um esforço para tentar reverter a crise fiscal, a ex-presidente Dilma liberou a Petrobras para promover reajustes e, assim como em 2017, aumentou impostos sobre os combustíveis – a alíquota da Cide, que estava zerada, subiu para R$ 0,22 por litro.

A medida foi tomada após dois anos de represamento de preços, hoje alvo de investigação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que acusa ex-conselheiros e ex-executivos da empresa de ignorar prejuízos à empresa para ajudar na campanha pela reeleição de Dilma.

Para do diesel, a alíquota foi para R$ 0,15 e, somando reajustes autorizados pelo governo, elevou o preço em 8,5%, descontando a inflação. Foi o terceiro maior desde 2001 – em 2002, foram 38% e em 2004,

Em 2017, o diesel, subiu 7,10%, também descontando a inflação, chegando a um preço médio de R$ 3,32 por litro em dezembro.

Procurada, a Petrobras não quis comentar a mudança na política de preços de GLP, alegando que ainda não está pronta. Em entrevista para detalhar o balanço do terceiro trimestre, o presidente da companhia, Pedro Parente, disse que a política de reajustes diários garante rentabilidade e competitividade para enfrentar importações.

Os preços de venda da companhia representam cerca de 30% do preço final do produto nas bombas.

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