PUBLICADO EM 22 de mar de 2023
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Debate vai expor repressão no chão de fábrica durante ditadura

Um dos períodos mais sombrios da história do Brasil será tema de debate, no dia em que o golpe militar completa 59 anos. No dia 31 de março, às 18h, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai reunir nomes da área jurídica para o debate “A ditadura militar no chão de fábrica”.

Estará em discussão a atuação dos órgãos de repressão na perseguição a dirigentes sindicais e trabalhadores e a conivência dos patrões durante o regime militar (1964 – 1985). Três debatedores irão relatar casos de violação aos direitos humanos e as respostas jurídicas obtidas com a derrubada do regime militar.

A procuradora federal e ex-presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga, será uma das debatedoras. Sob sua gestão, alguns dos mortos pelos militares foram reconhecidos como tal e deixaram de ser considerados “desaparecidos”. Eugênia Gonzaga foi destituída da comissão pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Conselheira da Comissão de Anistia e advogada Rita Sipahi vai abordar a retomada dos julgamentos dos perseguidos políticos. No governo militar, Rita foi encarcerada na chamada Torre das Donzelas do Presídio Tiradentes. Entre suas companheiras de cela estava a ex-presidente Dilma Rousseff.

O debate também terá a participação do advogado argentino Pablo Gustavo Llonto, colaborador no processo que levou à condenação dos executivos da Ford. Hoje está à frente de ações judiciais contra a Mercedes-Benz. No debate, vai falar sobre processos contra empresas envolvidas em casos de desaparecimentos e assassinatos de trabalhadores, durante a ditadura militar na Argentina.

Metalúrgicos

As histórias de perseguição aos metalúrgicos da região também serão contadas, durante o debate. Documentos oficiais mostram o monitoramento das atividades sindicais em fábricas como Embraer, General Motors, Avibras e Engesa.

“Queremos trazer esse tema para os trabalhadores das antigas e novas gerações. Os casos de violação aos direitos humanos estavam presentes nas fábricas, com pais e mães de família sendo demitidos e presos exclusivamente por lutarem por seus direitos. Esse é um período que não pode ser esquecido jamais. O debate vai cumprir o papel de expor as atrocidades cometidas pelos militares”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.

O evento acontecerá na sede do Sindicato (Rua Maurício Diamante, 65, Centro).

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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