PUBLICADO EM 16 de jan de 2019
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As dificuldades e as lutas

Um dos elementos centrais que sintetiza as dificuldades atuais e futuras é a extinção do ministério do Trabalho, morto e despedaçado sem que se saiba até hoje exatamente como funcionarão suas partes distribuídas administrativamente por quatro ministérios.

Os trabalhadores brasileiros e seu movimento sindical atravessam uma fase de extrema dificuldade com as consequências negativas daí decorrentes.

Compõem o quadro dantesco: uma recessão continuada, forte e renitente cujo resultado é o desemprego alto e uma informalidade desorganizadora nas relações de trabalho; a vigência e aplicação da lei trabalhista celerada que dificulta o acesso à Justiça do Trabalho, limita as negociações coletivas e arrocha os recursos sindicais; e a ascensão do bolsonarismo que propõe e pretende agravar todos os elementos negativos preexistentes e desconhece a liderança sindical dos trabalhadores pouco ligando para ela.

Um dos elementos centrais que sintetiza as dificuldades atuais e futuras é a extinção do ministério do Trabalho, morto e despedaçado sem que se saiba até hoje exatamente como funcionarão suas partes distribuídas administrativamente por quatro ministérios.

Mas, apesar da morte do ministério, pode-se acreditar que há, pelo menos no mundo das reencarnações, o fantasma de um ministro do Trabalho (e da Previdência) que é o ex-deputado não reeleito Rogério Marinho, secretário do Trabalho e Previdência do ministério da Economia, atualmente afastado do PSDB-RN, relator da lei celerada e algoz dos trabalhadores.

Se eliminarmos as funções de reconhecimento sindical (assumidas pelo ministro Moro, da Justiça, com alegadas intenções criminalizadoras) e os fundos financeiros (controlados pelo ministro Paulo Guedes, da Economia) quase todas as funções relevantes do ex-ministério são incumbências do ex-deputado.

O resultado é que não há ministério do Trabalho, mas há uma assombração como ministro, o que duplica as dificuldades.

Estão previstas, nesta situação, pelo menos duas grandes lutas de resistência: à deforma previdenciária e à extinção da política de valorização do salário mínimo. Em ambas, que se entrelaçam, o movimento sindical deve agir com unidade, inteligência e eficácia, apesar das dificuldades que são muitas.

Cada passo deve ser dado com segurança e cautela porque mais vale resistir com muitos do que bravatear com poucos – e ser derrotado, pelo adversário ou pelas circunstâncias.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical

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  • João Oliveira

    Penso que é hora das centrais programar um “CONCLAT” como aquele que ocorreu nos anos; a luta será muito grande com poucas chances de vitória, mas é urgente a Unificação das bandeiras!

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