PUBLICADO EM 09 de out de 2025

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas

Especialistas alertam que o calor extremo ameaça milhões de trabalhadores e pedem medidas urgentes de proteção social, prevenção e adaptação para garantir saúde e segurança

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas

Calor extremo no trabalho exige respostas imediatas

O seminário Pré-COP30, em Brasília, debateu nesta quarta-feira (8) os impactos do calor extremo sobre trabalhadores. O painel reuniu governo, empresas, sindicatos e especialistas em segurança.

Na abertura, Alexandre Scarpelli, do MTE, ressaltou que o tema ultrapassa a técnica e afeta vidas reais. Ele defendeu proteção social como rede viva de amparo.

O pesquisador Daniel Bittencourt, da Fundacentro, destacou que 32,5 milhões atuam a céu aberto, expostos ao estresse térmico. Ele alertou para riscos maiores no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Segundo Bittencourt, mesmo com cortes de emissões, a inércia climática manterá altas temperaturas. Ele defendeu adaptação urgente dos ambientes de trabalho e uso de tecnologias acessíveis.

As medidas incluem monitoramento com IBUTG, previsão de ondas de calor, readequação de jornadas, pausas regulares e capacitação de trabalhadores e empregadores para reconhecer exaustão térmica.

Representando a OIT, Joaquim Pintado Nunes afirmou que o calor deve integrar estratégias globais de prevenção. Ele defendeu políticas multissetoriais, legislação adaptada e apoio técnico aos setores produtivos.

Nunes frisou que ações simples, como reorganizar horários, oferecer pausas, climatizar espaços e usar EPIs, beneficiam saúde, segurança, produtividade e reforçam a ligação entre trabalho e meio ambiente.

Frederico Toledo, da CNT, lembrou que adicionais de insalubridade não substituem prevenção. Ele defendeu inovações tecnológicas, qualificação e políticas de proteção especialmente para regiões mais vulneráveis.

O pesquisador René Mendes, da USP, denunciou que metas abusivas, assédio e pagamento por produtividade agravam os riscos do calor, sobretudo entre trabalhadores informais e imigrantes.

Mendes reforçou que normas de segurança são insuficientes sem investimentos em transporte e infraestrutura. Ele pediu atuação forte do Estado e diálogo permanente entre capital, governo e trabalhadores.

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