PUBLICADO EM 18 de set de 2020
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A viola enluarada pra enfrentar o dia a dia e encontrar uma nova saída para o mundo

Cinco canções selecionadas. Cinco visões do mundo e da vida. Cinco canções para dar ânimo a quem pensa em desistir de resistir. Cinco músicas para a ternura necessária para construir o mundo novo mesmo com todos os “bolsonaros” que insistem em ficar no caminho.

Por Marcos Aurélio Ruy

O tempo não para e a vida segue em frente. Cinco canções com a diversidade cultural, social e étnica brasileira. Pode apreciar sem nenhuma moderação. Semana que vem tem mais.

Mestrinho

O cantor, compositor e sanfoneiro sergipano, Mestrinho se destaca com um trabalho talhado nos ritmos nordestinos com uma pegada pop. Ele e a irmã Thaís Nogueira, que é cantora, moram em São Paulo e batalham por um merecido espaço no cenário da música popular brasileira. Tem influências diversas em suas obras. Notadamente de Dominguinhos (1942-2013), Sivuca (1930-2006), Hermeto Pascoal, Jacob do Bandolim (1918-1969), Pixinguinha (1897-1973), Gilberto Gil, Milton Nascimento, entre outros.

“Somos o coração do universo

Somos estrelas brilhando no céu

Da vida na luta, enfrentando o dia a dia

E perfeitos sonhadores

Ansiosos pra viver”

 

Ansiosos pra Viver (2019), de Mestrinho

Lan Lanh

A compositora e cantora baiana Lan Lanh forma dupla coma a cantora e atriz Nanda Costa, com quem vive. Já acompanhou Cássia Eller (1962-2001) como percussionista. Sua música aparentemente simples leva a reflexões sobre o mundo que queremos.

“Aqui não tem bandeira

Só realidade

Terias que escutar os dinossauros da praça

Soltando alma

E se não tem onde buscar

E não encontra, os acrobatas da rua da praça”

 

Delaveraveraboom (2003), versão de Lan Lanh para a canção de Daniel Monoloco

Motor City Five

Motor City Five (MC5) é uma banda de Detroit, Estados Unidos formada em 1964 e durou até 1972. Composta por Wayne Kramer (guitarra), Pat Burrows (baixo), Rob Tyner (vocais), Bob Gaspar (bateria) e Fred “Sonic” Smith (guitarra). A banda teve como empresário nada menos do que o poeta estadunidense John Sinclair, o líder do White Panther Party, um grupo de contracultura, formado por socialistas brancos em apoio aos Panteras Negras no movimento antirracista.

Considerado um dos precursores do punk rock, o MC5 enfrentou muitos problemas com a censura em seu país. De origem operária, as poesias do grupo erem recheadas de ideias revolucionárias e muitos palavrões, que feriam amoral puritana dos governantes estadunidenses, como a canção “Kick Out The Jams, Mother Fuckers” (Vamos Detonar, Filhos da Puta”), a gravadora obrigou a mudança para “Kick Out The Jams, Brothers and Sisters” (“Vamos Detonar, Irmãos e Irmãs”).

“Os líderes loucos de poder que controlam seu próprio destino

Eles roubam sua vontade, distorcem sua vida e vendem sua alma

Se você está vagando ou vagando perdido,

Você é o alvo perfeito para a traição

A liberdade é sua agora”

 

Future Now (Futuro Agora, 1971), de Rob Tyner; canta MC5

Marcos Valle

Compositor de centenas de canções, a maioria em parceria com seu irmão Paulo Sérgio Valle, o carioca Marcos Valle é um dos nomes da bossa nova com incursão pela música de protesto. “Samba de Verão” (1965), dele colmo p irmão, é uma das canções brasileiras mais executadas no mundo.

“Quem tem de noite a companheira

Sabe que a paz é passageira

Pra defendê-la se levanta

E grita: Eu vou!

Mão, violão, canção e espada

E viola enluarada

Pelo campo e cidade

Porta bandeira, capoeira

Desfilando vão cantando

Liberdade. Liberdade”

 

Viola Enluarada (1968), de Marcos Valle; participação especial de Milton Nascimento

Rita Lee

A paulista Rita Lee se destaca no rock brasileiro e mantém um estilo singular com lugar garantido o acervo da música popular brasileira. Começou a carreira com a banda Os Mutantes nos anos 1960 e se firmou na carreira como uma das mais importantes cantoras e compositoras brasileiras.

“É o fim da picada

Depois da estrada começa

Uma grande avenida

 

No fim da avenida

Existe uma chance, uma sorte

Uma nova saída”

 

Coisas da Vida (1976), de Rita Lee

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