PUBLICADO EM 28 de out de 2025

Violência contra profissionais de enfermagem é tema de debate em Mogi

A audiência pública em Mogi das Cruzes abordou a violência contra profissionais de enfermagem. Saiba mais sobre o evento.

A audiência pública em Mogi das Cruzes destacou a violência contra profissionais de enfermagem e a necessidade de proteção eficaz.

A audiência pública em Mogi das Cruzes destacou a violência contra profissionais de enfermagem e a necessidade de proteção eficaz.

A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, no Alto Tietê, sediou na última sexta-feira (24) uma audiência pública sobre a violência contra profissionais de enfermagem. O evento, proposto pelo vereador e enfermeiro Rodrigo Romão, foi motivado por dados alarmantes e pelo aumento dos casos de agressões físicas, morais e sexuais sofridas por trabalhadores da área em todo o país.

“A enfermagem está sofrendo agressões físicas e assédio, tanto moral quanto sexual. Não podemos esquecer que, como a maior parte dos profissionais são mulheres, isso também é um caso de violência de gênero. É inadmissível que quem cuida da vida sofra qualquer tipo de violência”, declarou o vereador Rodrigo Romão, que presidiu a sessão.

O debate foi realizado em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e contou com a presença de autoridades públicas, lideranças sindicais e representantes de entidades da categoria.

Além do vereador, também stiveram presentes:

  • Reinaldo Santos Andrade (Sindicato da Saúde de São Paulo – SinSaúdeSP),
  • Solange Caetano (Federação Nacional dos Enfermeiros),
  • Elaine Leoni (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo),
  • James Francisco dos Santos (Conselho Federal de Enfermagem, Cofen), entre outros.

Dados alarmantes e impacto social

Durante o encontro, o conselheiro Wagner Batista lembrou que a violência é um fenômeno cotidiano para quem atua na linha de frente da saúde. Segundo ele, oito em cada dez profissionais de enfermagem já foram insultados ou agredidos, sendo que a maioria dos casos parte de pacientes ou acompanhantes.

“Aqueles que sustentam a força de trabalho do sistema de saúde estão adoecendo. O impacto da violência não recai apenas sobre o trabalhador, mas sobre toda a sociedade, pois provoca presenteísmo, absenteísmo e queda na qualidade da assistência”, destacou Batista, que também é coordenador da campanha nacional contra a violência à enfermagem.

O vice-presidente do SinSaúdeSP, Reinaldo Andrade, reforçou a urgência de medidas concretas de proteção.

“É fundamental que o poder público adote protocolos de segurança e garanta o direito desses profissionais a um ambiente de trabalho digno e respeitoso”, afirmou.

Campanhas e representatividade política

Durante a audiência, Wagner Batista anunciou uma campanha publicitária nacional do sistema Cofen/Conselhos Regionais em parceria com a CBF, que levará mensagens de conscientização ao público durante partidas de futebol. Em São Paulo, o Coren-SP também planeja ações nos estádios do Campeonato Paulista, ampliando o alcance da mobilização.

O conselheiro federal James Francisco dos Santos destacou a importância da representatividade política da enfermagem no Congresso e nas assembleias legislativas.

“Precisamos de mais parlamentares comprometidos com a categoria. Hoje temos apenas seis deputados enfermeiros, o que é muito pouco diante dos desafios que enfrentamos”, afirmou.

Manifesto por medidas urgentes

Ao fim da audiência, o vereador Rodrigo Romão leu um manifesto conjunto, assinado por todas as entidades presentes, que será encaminhado ao presidente da República, ao governador de São Paulo, ao ministro da Saúde, à prefeita de Mogi das Cruzes e à Secretaria Municipal de Saúde.

O documento solicita medidas imediatas para garantir a proteção dos profissionais de enfermagem, como:

  • Adoção de protocolos para lidar com casos de violência;
  • Criação de campanhas de conscientização sobre o problema;
  • Fortalecimento das redes de apoio jurídico e psicológico aos profissionais agredidos.

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