PUBLICADO EM 12 de nov de 2022
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Movimento sindical perde Tigrão, uma das lideranças da greve de 68

Nota de Falecimento

É com profundo pesar que o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região comunica o falecimento de Octaviano Pereira dos Santos, mais conhecido como Tigrão. O companheiro foi diretor da entidade e uma das lideranças sindicais da greve de 68, que entrou para a história como uma afronta dos trabalhadores à ditadura militar.

O companheiro morreu na manhã deste sábado, 12. Até o momento, a entidade não tem detalhes sobre as causas da morte. O velório vai acontecer a partir das 14h no Cemitério do Jardim Santo Antônio, em Osasco.

Em 68, Tigrão trabalhava na Brown Boveri e foi um dos responsáveis por fazer os trabalhadores desta empresa se juntarem à greve em solidariedade aos operários da Cobrasma. No dia seguinte, Tigrão foi um dos dirigentes presos pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).

Depois da prisão, sofreu retaliação e não conseguiu mais emprego em metalúrgicas, tendo que trabalhar por conta própria, como motorista de táxi. Em relato feito para o Grupo de Trabalho da Comissão Nacional da Verdade, disse não se arrepender de nada do que fez e que faria tudo novamente.

Desde então, Tigrão teve presença marcante no movimento sindical. Segundo seu próprio relato, “por ter a convicção de que unidos são mais fortes. É bom poder levantar alguém que cai”.

“Este foi e é o grande legado de Tigrão, que por muitos anos participou das atividades do Sindicato e das mobilizações. É uma liderança importante para o movimento sindical e que nos inspira a fortalecer a cada dia a luta por um país mais justo e solidário”, avalia o presidente do Sindicato Gilberto Almazan (Ratinho).

Mesmo depois de aposentado, Tigrão continuou a lutar por um Brasil melhor. Ele foi um dos fundadores e ex-diretor da FAPESP (Federação das Associações de Departamentos de Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de São Paulo) e também fundador e ex-presidente da UAPO (União dos Aposentados e Pensionistas de Osasco).

O Sindicato lamenta esta grande perda, e se solidariza com os familiares e amigos de Tigrão. Sua luta e memória serão preservadas e fortalecidas.

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