PUBLICADO EM 06 de abr de 2020
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COVID19: crise global exige resposta sindical global

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 25 milhões de empregos poderão ser eliminados e demanda uma resposta imediata e efetiva dos governos e das empresas, principalmente das multinacionais que comandam as cadeias globais

Os sindicatos globais – entre eles, a Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) -, assumem um papel determinante nesse momento de crise sanitária global causada pelo vírus SARS-CoV-2 (registrado em 31/12/19) que causa a doença chamada coronavírus (COVID-19).

Apesar da baixa letalidade, o novo vírus da família SARS (síndrome aguda respiratória grave) se dissemina muito rapidamente, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar em 11 de março de 2020 o estado de pandemia que indica a internacionalização da doença e sua transmissão local, que pode levar à saturação dos sistemas de saúde e a um número maior de vítimas fatais.

Os sindicatos locais foram os primeiros a demandar resposta ao evento, inicialmente no âmbito de suas ações de proteção da saúde dos trabalhadores que logo evoluíram para a defesa do emprego e das condições de trabalho definidas pela convenção coletiva de trabalho e pela legislação nacional.

Todavia, o efeito dessa pandemia do coronavírus vai mais além dos limites da empresa ou do setor, afetando toda a cadeia de suprimentos e de valores em uma economia amplamente globalizada.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 25 milhões de empregos poderão ser eliminados e demanda uma resposta imediata e efetiva dos governos e das empresas, principalmente das multinacionais que comandam as cadeias globais.

A resposta da ICM como sindicato global foi imediata, compartilhando informações e experiencias de negociação coletiva nos diferentes setores e países, ampliando e melhorando a capacidade de resposta e de negociação dos sindicatos locais e nacionais frente aos empregadores e aos governos em todos os níveis. Esta foi e continua sendo uma enorme vantagem dos trabalhadores diretamente protegidos por essa ação que alcança também os terceirizados e aqueles da economia informal no marco da solidariedade de classe em alguns casos reforçada pelos Acordos-Marco Internacionais (AMI) que garantem os mesmos direitos a todos envolvidos nas cadeias de suprimentos e subcontratados.

De acordo com as informações recebidas e a intensa comunicação mantida nesses primeiros dias, as ações dos afiliados da ICM na região da América Latina e Caribe puderam garantir até o momento, a desativação de obras e produção industrial em diversos setores com a garantia de emprego e de salários. Onde se acordou a possibilidade de continuar trabalhando, nos limites das determinações das autoridades de saúde locais, os trabalhadores foram protegidos por procedimentos organizacionais como alternância de horários e distanciamento entre as pessoas e a disponibilização de meios necessários para isso, incluindo equipamentos de proteção individual e verificação de temperatura corporal. Sempre com base no diálogo social e no respeito a convenção coletiva.

O objetivo dessa primeira resposta sindical é salvar vidas, empregos e meios de subsistência para todos. Manter, ampliar e fortalecer o papel dos sindicatos na superação da crise e dos fatores que contribuíram para ela é a grande tarefa dos sindicalismo a partir desse momento, uma vez mais articulando estratégias locais e internacionais.

Nilton Freitas, especialista em Relações Internacionais, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

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  • NILTON ANTUNES BETIM

    Bom dia companheiro NILTON FREITAS aqui em Jaguariaíva/PR_/BRASIL, o Sindicato dos trabalhadores SITIM tem participação como fiscalização das medidas protetivas quanto ao cuidados da não proliferação do CORONAVIRUS. Nilton Antunes Betim.

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