PUBLICADO EM 28 de jul de 2021
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Revogar o bloqueio a Cuba: um imperativo humanitário

Além das questões de natureza política altamente questionáveis, ou inaceitáveis, como a violação da soberania de um terceiro país, as medidas de “bloqueio” econômico representam, sobretudo, um aumento enorme nas dificuldades do dia-a-dia da população, como a falta de combustíveis para o transporte coletivo e as usinas de geração de energia, a falta de eletricidade para o funcionamento de hospitais e fábricas, a queda na produção de alimentos e outros bens de consumo, a falta de sinal de internet que dificulta o comércio e as comunicações e, como consequência disso tudo, a queda de produtividade e a paralização de serviços e obras.

Em meio a pandemia do coronavírus, essas dificuldades contribuíram para aumentar o contágio e diminuir a capacidade de tratamento das pessoas infectadas, estejam elas em suas casas nos estágios menos agressivos da doença ou em hospitais e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nos casos mais avançados, resultando em mais sofrimento e mortes.

Mesmo com os recursos limitados, a famosa medicina cubana conseguiu desenvolver sua própria vacina, a Soberana, com eficiência estimada em 92,8% na terceira dose. Ao mesmo tempo, enviou brigadas de médicos para ajudar a salvar vidas em outros países como exemplo de solidariedade e humanismo.

Recentemente, 184 países aprovaram na Assembleia Geral da ONU uma Resolução que determina o levantamento do bloqueio a Cuba, permitindo ao país exercer sua soberania de acordo o direito internacional. O governo de Donald Trump tentou a todo custo debilitar o governo de Cuba e fracassou, mesmo com a pandemia paralisando duas de suas principais fontes de arrecadação fiscal: o turismo internacional e a emissão de remessas dos trabalhadores cubanos no exterior, às suas famílias.

Nos últimos dias assistimos nos noticiários que parcelas da população cubana saíram às ruas para protestar, compreensivelmente, contra as dificuldades que estão enfrentando. Afinal, todos merecem o mesmo nível de cuidados que desejamos a nós mesmos. Portanto, revogar as medidas que buscam estrangular a economia do país e infringir sofrimento e morte ao seu povo é um imperativo moral e humanitário do presidente Joe Biden, que foi vice de Barack Obama, o primeiro presidente americano que reconheceu o fracasso e a inutilidade do bloqueio para os interesses dos Estados Unidos. Que Biden atenda a Resolução da ONU e repita o gesto de Obama o mais rápido possível para ajudar a salvar vidas.

Nilton Freitas; Especialista em Relações Internacionais, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

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  • Jurandir Ignácio

    Excelente texto…fim ao bloqueio a Cuba..toda soberania ao países …

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