PUBLICADO EM 22 de abr de 2024
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Sindicalista histórico, Francisco Cardoso Filho, Chicão de Guarulhos, morre aos 94 anos

Francisco Cardoso Filho, o Chicão.

Francisco Cardoso Filho, o Chicão. Foto: Jair Malavazzi

O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos informou nesta segunda-feira (22), o falecimento de Francisco Cardoso Filho, Chicão, que foi presidente do Sindicato entre 1987 e 2001. Chicão, que estava com 94 anos, faleceu no domingo, 21 de abril, coincidentemente no dia em que se comemora o Dia do Metalúrgico.

Trajetória

Cearense de Tauá, Francisco Cardoso Filho nasceu no dia 31 de janeiro de 1930. Em 1951, veio para São Paulo em cima de um “pau de arara”, como muitos nordestinos naquela época de grande migração. Trabalhou como servente de pedreiro, ajudante de caminhão e em uma churrascaria.

Entre 1954 e 1957, conseguiu emprego na Goodyear, posteriormente na Metalúrgica Paulista, no bairro da Mooca, até vir pra Guarulhos, trabalhando na Otto Deutz e na Cummins.

Chicão na campanha salarial, em 1991.

Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), associou-se ao Sindicato em 1965. Três anos depois já era suplente da diretoria. Foi diretor, secretário-geral, vice-presidente e, por fim, presidente.

Além de sindicalista, Chicão foi vereador em Guarulhos por um mandato, de 2000 a 2004. Foi um atuante defensor da democracia, participando das Diretas-já, das mobilizações na Assembleia Nacional Constituinte e da luta pela redemocratização, pós-ditadura.

Foi também um dos fundadores da Força Sindical, em 1991.

Homenagem

Em abril de 2023, em justa homenagem à sua trajetória, o Sindicato inaugurou o Memorial dos Metalúrgicos Francisco Cardoso Filho. Foi um momento de forte emoção. Segundo o site do Sindicato “Embora com a saúde já debilitada, ele fez questão de comparecer à inauguração do Memorial, ocasião em que reviu fotos e documentos que registram sua atuação em lutas e mobilizações metalúrgicas”.

O presidente do Sindicato, Josinaldo José de Barros (Cabeça), lamentou a perda: “Chicão não foi apenas um pioneiro do Sindicato. Foi um grande guerreiro, nosso líder, dirigente ativo e corajoso, nosso farol.  Deus lhe deu o destino de morrer no Dia dos Metalúrgicos, categoria que ele tanto amou e por ela lutou. Todos os que estão no Sindicato hoje, de um modo ou de outro, aprenderam com Chicão. Seja pelo contato direto com ele, seja por seu histórico de luta e coragem”.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, também registrou palavras de pesar acerca da morte de Chicão: “Foi um sindicalista que mostrou muita habilidade para enfrentar o patronato nas negociações salariais. Tanto em sua atividade sindical, quanto como vereador sempre foi um grande defensor dos direitos da classe trabalhadora. Foi uma grande referência para o movimento”.

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