PUBLICADO EM 19 de nov de 2020
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O antirracismo constrói um amanhã de igualdade, justiça, amor e sonhos

Os resultados das eleições municipais “mostram um importante avanço para a igualdade racial no país, embora ainda precisemos avançar muito mais”, argumenta Lidiane Gomes

Por Marcos Aurélio Ruy

O Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – traz reflexões importantes sobre os caminhos da luta social no país. “Em homenagem a Zumbi dos Palmares, a data foi instituída para mostrar a importância das lutas promovidas pelos seres humanos escravizados em defesa da liberdade e da igualdade” para o entendimento “das consequências dessas lutas na formação da nação brasileira”, afirma Mônica Custódio, secretária da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Os resultados das eleições municipais “mostram um importante avanço para a igualdade racial no país, embora ainda precisemos avançar muito mais”, argumenta Lidiane Gomes, secretária da Igualdade Racial da CTB-SP. Porque a partir do ano que vem, as câmaras municipais terão 44% das vereadoras e vereadores autodeclarados pretos e pardos, de acordo com levantamento do site Gênero e Número, com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para Lidiane, é fundamental estudar a história para compreender as lutas pelo fim da escravidão e de como essas lutas construíram e transformaram o Brasil. “Através do estudo da História podemos compreender como o racismo e o machismo foram forjados em uma sociedade patriarcal como a nossa”, acentua. Além de “entendermos a tentativa de negação da herança africana em todos os aspectos da vida brasileira”. Para isso, “tentam desumanizar a população negra e desacreditar a luta antirracista”.

Neste ano, a CTB promove a live cultural Canto ao Almirante – Um Grito de Liberdade, na sexta-feira (20), às 18h. Em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, de 1910, João Cândido, conhecido como Almirante Negro. Cândido declarou ao jornal Correio da Manhã, no mesmo ano da revolta liderada por ele, que “as carnes de um servidor da pátria só serão cortadas pelas armas dos inimigos, mas nunca pela chibata de seus irmãos. A chibata avilta”. Nada mais atual no Brasil de 2020, sob o desgoverno de extrema-direita de Jair Bolsonaro.

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