PUBLICADO EM 17 de jun de 2020
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Metalúrgicos dos EUA farão paralisação em protesto por morte de George Floyd

O UAW (Sindicato dos Metalúrgicos Norte-Americanos) enviou um documento aos trabalhadores metalúrgicos contendo orientações para os atos que serão realizados nesta sexta-feira (19) em razão da morte de George Floyd no último dia 25 de maio.

Rory L. Gamble, presidente do UAW – “Estamos trabalhando em todo o país para organizarmos atos pacíficos e ordenados nos locais de trabalho. Nossa expectativa é que mais de 150 mil trabalhadores e trabalhadoras parem suas atividades – Foto: Reprodução

por Fábio Casseb

A orientação é para que, na sexta-feira (19), às 8h46 da manhã (em cada fuso horário), os membros e aliados do UAW em todo o mundo façam uma pausa por 8 minutos e 46 segundos, tempo que George Floyd, de forma agonizante, permaneceu em uma rua americana implorando por sua vida. “Fazemos isso em apoio aos milhões que exigem o fim do racismo e do ódio e pedem reformas reais”, diz o documento, assinado pelo presidente Rory L. Gamble.

Miguel Torres – “Temos de lutar unidos e solidariamente contra todas as graves Pandemias da humanidade, não só a Pandemia da COVID 19, mas a  Pandemia do Racismo, entre outas

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, alerta que o brutal assassinato de George Floyd foi apenas o estopim, e um episodio a mais da serie histórica de ações violentas e racistas, cometidos pelas forças de seguranças e os sistemas de repressão nos EUA, num pais onde o racismo, o ódio e a injustiça social parecem estar estruturados e institucionalizados. “O racismo, o ódio e a injustiça social, desempenham um papel insidioso na sociedade, e estão presente em quase todos os ambientes, no local de trabalho e nos setores públicos e privados, na grande maioria dos países do mundo, inclusive no Brasil”, lembra Torres.

O sindicalista que é presidente também da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região diz que a luta antirracista da comunidade afro e da maioria da sociedade americana neste momento, também é a nossa luta no Brasil. “O movimento sindical brasileiro se une a luta por uma sociedade mais justa, livre de racismo e discriminação nos Estados Unidos e no Mundo.”

Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT, defende que o movimento sindical faça uma luta permanente contra esta atrocidade que é o raciscmo

Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), ressalta que o UAW deve manter permanente esta luta contra o racismo. “Esta atrocidade cometida contra nosso irmão negro não pode passar impune, os responsáveis por este crime devem ser devidamente punidos”, afirma o dirigente sindical.

O sindicalista lembra que aqui no Brasil, a cada 23 minutos morre um jovem negro. “O movimento sindical tem um papel social importante e devemos nos mobilizar pelo fim do racismo no Brasil e no mundo”, acrescenta Cayres que alerta que governos como o de Trump, nos EUA e Bolsonaro, no Brasil, fomento ainda mais as práticas racistas, proliferando o ódio e a intolerância.

Rory ressalta que desde o dia do assassinato de Floyd foi possivel ver, em comunidades de costa a costa, americanos de todas as esferas da vida, negros, pardos e brancos unidos para exigir mudanças. “Estamos indignados e muito comovidos pelo assassinato covarde de Floyd que é mais uma tragédia em uma longa e triste história da divisão do racismo nos Estados Unidos. Queremos que esta divisão racial sistêmica que atormenta nossa nação desde o início tenha um fim.”

O texto destaca ainda que a liderança do UAW está trabalhando em todo o país para facilitar paradas pacíficas e ordenadas nos locais de trabalho. Mais de 150,000 trabalhadores e trabalhadoras deverão parar suas atividades.

Manifestação na Carolina do Norte/Foto do Exército dos EUA pela sargento Mary Junell)

 

Confira orientação do Sindicato

Como sindicalistas e americanos, ficamos indignados e comovidos com o horror da morte de George Floyd no dia 25 de maio. Foi mais uma tragédia em uma longa e triste história da divisão do racismo nos Estados Unidos.

Desde aquele dia, em comunidades de costa a costa, vimos americanos de todas as esferas da vida, negros, pardos e brancos, reunidos para exigir mudanças. Exigir – finalmente – que tratemos da divisão racial sistêmica que atormenta nossa nação desde o seu início.

Na próxima sexta-feira, 19 de junho, às 8:46 da manhã em cada fuso horário, os membros e aliados do UAW em todo o mundo farão uma pausa por 8 minutos e 46 segundos, a quantidade agonizante de tempo que George Floyd permaneceu em uma rua americana implorando por sua vida.

Fazemos isso em apoio aos milhões que exigem o fim do racismo e do ódio e pedem reformas reais.
Junte-se a nós no dia 19 de junho às 8h46, quando vamos parar de trabalhar por 8 minutos e 46 segundos para refletir sobre o terrível evento de 25 de maio e apoiar o pedido de mudança.

A liderança do UAW está trabalhando em todo o país para facilitar paradas pacíficas e ordenadas nos locais de trabalho. Mais de 150,000 trabalhadores e trabalhadoras deverão parar suas atividades.

Em solidariedade,

Rory L. Gamble
Presidente, UAW – United Auto Workers

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