PUBLICADO EM 22 de out de 2021
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Caminhoneiros detonam “bolsa diesel” de R$ 400 de Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Com a popularidade abalada por causa dos crimes apontados na CPI da Covid-19 e também pela disparada da inflação que já atingiu dois dígitos, e altas taxas de desemprego, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que é reprovado por 53,9% dos brasileiros, está preocupado com a reação dura dos caminhoneiros, que já indicaram greve a partir de 1º de novembro, contra os constantes reajustes de preços do óleo diesel.

Para acalmar a categoria, Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (21) que o governo vai pagar uma bolsa no valor de R$ 400 que, segundo o presidente, será pago a 750 mil caminhoneiros autonômos, para compensar o aumento do diesel. O presidente não falou quando nem de onde sairá o dinheiro.

Sindicalistas que representam os caminhoneiros detonaram a proposta de Bolsonaro porque para eles, a única solução é acabar com a Política de Preços Internacionais da Petrobras (PPI) para os combustíveis. Adotada pelo ilegímito Michel Temer (MDB-SP) e mantida por Bolsonaro, a PPI da Petrobras reajusta os preços dos combustíveis de acordo com o valor do barril de petróleo e a cotação do dólar.

“A proposta de Bolsonaro é ridícula”, afirmou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o caminhoneiro autônomo, Carlos Alberto Litti Dahmer.

“O valor é um absurdo e insignificante além de mostrar o despreparo desse governo”, disse o dirigente.

Já o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, chamou a proposta de esmola.

“O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade, quer os compromissos que foram assumidos e que até hoje não saíram do papel”, disse Landim, conhecido como “Chorão”.

Bolsonaro não resolve a questão principal, que é mudar a política de preços da Petrobras, que garante dividendos milionários para os acionistas, criticam os caminhoneiros, que já apelidaram o auxílio de ‘bolsa diesel’ e o consideram uma humilhação.

“Os caminhoneiroslutam por dignidade, ao contrário das petroleiras que só visam cada vez mais lucro, disse Carlos Alberto Litti Dahmer, da CNTTL.

“Para as petroleiras dão um trilhão e para o caminhoneiro humilhação”, desabafou o dirigente.

“Ao invés de tratar a causa, quer tratar o efeito colateral dela. É preciso extirpar o mal dessa política errada da Petrobrás que começou no governo Temer e segue no governo Bolsonaro”, acrescentou o dirigente.

Disparada dos preços do óleo diesel

Os preços do óleo diesel subiram 37,5% até agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o menor preço médio do litro do diesel é R$ 4,823 (Rio Grande do Sul) e o maior, R$ 6,208 (Acre). Para encher um tanque de 400 litros, por exemplo, um caminhoneiro pagará em média R$ 1.929,20 no Rio Grande do Sul e R$ 2.483,20, no Acre.

Em vídeo enviado à CNTTL, um caminhoneiro autônomo de Cuiabá diz que atualmente gasta 3 mil litros de óleo diesel por mês, pagando R$ 5,10 o litro. Segundo ele, isso representa R$ 15.300 por mês de combustível e com novos aumentos do diesel o valor poderá subir para R$ 17,100.

“Nada justifica um país rico em petróleo. Queremos a mudança da política de preços da Petrobras. Bolsonaro taca esse auxílio na latrina”, disse o caminhoneiro de Cuiabá.

com informações da CNTTL

Fonte: Redação CUT

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