Colunista João Guilherme Vargas Netto

Passar a boiada

600 reais até dezembro

Desde o início as centrais sindicais defenderam unitariamente o auxílio – a última reunião presencial delas no Congresso Nacional foi sobre esse assunto – e difundiram o apelo de “nenhum real a menos, que ninguém fique sem receber até dezembro”.

Mais magro, mais ágil

Do tamanho de um coração

A luta dos trabalhadores e o movimento sindical

Atitude coletiva

Não é coincidência; é causa e efeito

Situação intolerável

Tedros Adhanom, o secretário da Organização Mundial da Saúde, alertou que junto à pandemia do coronavírus há uma infodemia, uma enxurrada de informações falsas aflitas e desorientadas. Isto se reproduz também nos números.

Coração, razão e atitude

Já se inscreveu na história das lutas dos trabalhadores a greve que dura mais que duas semanas dos metalúrgicos da Renault, dirigidos pelo sindicato, em protesto contra o pacote impositivo da empresa e a demissão de 747 trabalhadores.

Pela vida e pelo emprego

Vou me permitir fazer uma crítica pública e pontual ao cartaz divulgado pelas centrais sindicais convocando a jornada do dia 7 de agosto.

Punhos fechados e mãos dadas

Os metalúrgicos da Renault, em greve, juntamente com os companheiros do Brasil Metalúrgico e de milhares de outros trabalhadores corporificam hoje a poesia do dirigente.

45 minutos do segundo tempo

Aos 45 minutos do segundo tempo os metroviários de São Paulo tiveram que suspender a greve que sua assembleia (virtual) havia convocado para hoje, dia 28.

Os cinco dedos da mão

Quem é preocupado pelas lutas sociais no Brasil de hoje deve voltar seus olhos ao que está acontecendo no Paraná com a greve dos metalúrgicos da Renault e apoiá-la com força.

O bem mais valioso

Agora que o Ministério Público do Trabalho relacionou 25 mil denúncias de que empresas e órgãos públicos estariam expondo trabalhadores ao risco de contaminação pelo Covid-19, em matéria da Folha assinada por Fernanda Brigatti, os sindicatos ficam desafiados a fazerem um levantamento dos contaminados em suas bases e das mortes ocorridas.

Assim é a vida

Com a aprovação pelo Congresso Nacional da MP 936, a nova lei de conversão foi enviada para o presidente Jair Bolsonaro que a sancionou, com vetos, transformando-a na lei 14.020.

A relevância de cada um

As tarefas são inúmeras e para serem enfrentadas com êxito é preciso espírito de resistência e capacidade de determinar os variáveis graus de importância e urgência delas.

Passo para trás

Levando-se em conta o pandemônio na vida dos brasileiros e modificando um dito leninista, quero recomendar às direções sindicais, em particular do setor industrial, que deem um passo para trás em direção às suas bases; menos Brasília e menos lives entre si e mais o próprio quintal e o acesso aos trabalhadores.

Uma campanha inteligente

Um dos aspectos mais destacados da ação do sindicato tem sido a comunicação, com seus materiais de divulgação da campanha.

Não beba a água de Brasília

A única explicação possível para a demora é que o presidente do Congresso tenha sentado vários dias em cima da lei Aldir Blanc, de auxílio emergencial para os artistas, aprovada unanimemente no Senado em 4 de junho depois de passar pela Câmara dos Deputados e só ontem sancionada pelo presidente da República.

A campanha necessária

Não menosprezo a luta pela democracia e em defesa da Constituição de 1988. O elã democrático, que é vital, tem ocasionado a sucessão de manifestos públicos que, como obra em progresso, somam-se para produzir um único, abrangente e multipartidário, no qual o movimento sindical se reconhece e participa.

A campanha necessária

É hora de um novo 1º de Maio

Forte campanha

Para que o isolamento social seja efetivo e respeitado pela população é preciso que todos os auxílios emergenciais e os benefícios que os brasileiros têm direito cheguem a todos em valores significativos.

As portas do inferno

Nenhum real a menos, que ninguém fique sem receber

De todas as tarefas impostas ao movimento sindical e que têm sido desempenhadas com forte espírito unitário desde o 1º de Maio virtual, a defesa das condições de sobrevivência da massa dos trabalhadores e das trabalhadoras é hoje a tarefa número um com abrangência muito mais ampla do que as próprias bases organizadas dos sindicatos.

A cada dia duas novas aflições

O governo anunciou que vai prorrogar o pagamento do auxílio emergencial votado pelo Congresso Nacional. Ao fazê-lo indicou que vai diminuir o montante pago antes mesmo de completar a lista dos eventuais beneficiários que não conseguiram se cadastrar e receber a primeira parcela. Alega também um alto grau de disfunção e de fraudes, que precisam ser eliminadas para não servirem de pretexto à desqualificação da rede de auxílios. É a primeira aflição.

Ir para as ruas, agora?

O movimento sindical através de seus dirigentes tem cumprido, desde o memorável 1º de Maio virtual, suas tarefas defendendo os trabalhadores, reafirmando a relevância do sindicalismo e propondo a união nacional contra a pandemia, contra o caos social e pela democracia.

Eu quero estar errado

Pestilencial quadrilha de insolentes

Passados alguns dias da estarrecedora apresentação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril fica cada vez mais claro o desprezo de seus participantes para a situação catastrófica pela qual passava (e ainda passa) o povo brasileiro.

Relevância do movimento sindical

Ao movimento sindical cabe, nesta situação, a quádrupla tarefa de lutar pelo isolamento social, de solidariedade ativa, de defesa dos trabalhadores e dos sindicatos e de ampliar suas relações com todas as forças e expressões institucionais e sociais capazes de enfrentar a doença e impedir o caos social.

Centrão, 600 reais e caos social

O presidente Bolsonaro apoiado nas duas pilastras do bolsonarismo, as redes sociais robotizadas e as milícias bandidescas ou oficiosas, procura desenvolver suas três táticas provocadoras em prejuízo do povo e do combate à pandemia.

A segunda onda

O movimento sindical encontra-se apertado entre duas tenazes: a batalha pelo isolamento social e até pelo lockdown e a luta para garantir empregos, salários e direitos dos trabalhadores em uma situação de grave depressão econômica.

A cada dia sua aflição

Com os brasileiros assolados pela tragédia do coronavírus quase não se pode falar do que não seja uma nova preocupação, preocupação até mesmo com os amigos doentes.

Três assembleias fortes e emocionantes

Na segunda-feira, 4 de maio, houve a volta parcial ou total ao trabalho nas empresas fabris do Paraná. Na véspera, domingo, o sindicato dos metalúrgicos de Curitiba em reunião virtual durante a tarde preparou a diretoria, os ativistas e os trabalhadores para a retomada, enfatizando as medidas de prevenção a serem adotadas desde a saída de casa até as instalações fabris.

O ovo da pata e o ovo da galinha

Cenas chocantes

Os comerciantes de Campina Grande estão com medo. Eles e as torcidas do Corinthians e do Flamengo. Estão com medo de quê os comerciantes da Paraíba?

Saúde, Emprego, Renda e Democracia

Amanhã, dia 28 de abril, o mundo prestará atenção às vítimas de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, como faz todo ano. Neste, o foco será a solidariedade aos trabalhadores da saúde que enfrentam o coronavírus e são atingidos pela doença.

Uma grande iniciativa

Grande lição política que os dirigentes sindicais dão à toda sociedade e aos partidos, demonstrando o que se pode fazer – e o que se deve fazer corretamente – em momentos de pandemia.

Presteza, correção e coletividade

Dois nomes nefastos

Na luta do povo brasileiro contra o coronavírus e dos trabalhadores para garantir sua relevância e a de seus representantes sindicais, dois nomes encarnam os procedimentos dos mais detestáveis adversários: Jim Jones e Gérson.

Quatro tarefas

A MP 936 tem sua razão de ser. O que não se admite é a individualização dos acordos e o tratamento desigual que precariza no interior de cada empresa o peso dos trabalhadores e estimula a violação dos seus direitos.

Check list

Acho que todos os trabalhadores entendem a expressão inglesa do título: lista de controle. A necessidade da lista de controle das atividades sindicais é vital porque como escreve o professor Belluzzo “os trabalhadores, assalariados ou informais, são o grupo de risco da pandemia econômica”.

Contra a MP 936

As direções sindicais têm mantido sua capacidade de ação e de coordenação por meios eletrônicos. As modernas tecnologias têm servido para divulgar orientações para a base e para a realização de reuniões não presenciais com os dirigentes, os empresários, os políticos e administradores, os membros do judiciário e do Ministério Público, os formadores de opinião e os jornalistas.

Ousadia

Vou cometer uma auxese epitrópica, um exagero em que se afirma algo que pode ser contestável. A pandemia tem colocado para os brasileiros dois desafios: enfrentar o coronavírus, evitando a Covid-19 e se desvencilhar do bolsonavírus, respeitando a Constituição.

A hora é agora

Os povos do mundo, cada um a seu modo, estão enfrentando a epidemia global do coronavírus. Infeliz do país que não tem, numa hora dessas, uma liderança forte, esclarecida e respeitada por todos.

Responsabilidades aumentadas

Hora de união

Embora os terraplanistas neguem a humanidade e, portanto, os brasileiros atravessam uma grave crise. A pandemia se alastra provocando um severo desarranjo na vida das pessoas e forçando cada sociedade (e seus governantes responsáveis) a adotar medidas visando sua contenção e a diminuição de sua letalidade.

Descascando cebolas

Para diminuir o frenesi e controlar o pânico é preciso articular o pensamento sobre a realidade como uma cebola, com suas várias camadas.

Com unidade

Ambiente tóxico

Na cobertura da Folha (dia 4) sobre as tratativas inflamadas no Congresso Nacional a respeito do orçamento, das emendas parlamentares e dos vetos presidenciais, quero citar o pé da matéria (assinada por sete jornalistas) que é autoexplicativo.

Tripé equilibrado

Para agir corretamente nos dias de hoje é preciso equilibrar o tripé com a defesa da democracia, o respeito às instituições e a exigência de medidas emergenciais que aliviem o sufoco do povo.

As rosas e os espinhos

No mesmo dia em que os jornalões anunciaram em suas primeiras páginas que a Petrobras havia tido o maior lucro de sua história os ativistas da FUP reuniram-se em assembleias para aprovar a suspensão de seu movimento grevista de quase três semanas de duração.

O aperto na geringonça

Não posso deixar de comentar a conjuntura política das duas últimas semanas, concomitante à greve dos petroleiros. Embora a maioria dos analistas venha falando em militarização do governo, com cerco a Bolsonaro, acredito que as iniciativas dele visam dar mais funcionalidade a seu governo, inclusive na relação com o Congresso e às futuras eleições.

Derretendo o iceberg

O grande escritor alemão Goethe dizia que a moda é a tradição instantânea. O novo normal não é tradição porque é novo e não é instantâneo porque se acumula. O novo normal não é uma moda.

Voo de galinha

O voo de galinha, que é real, contraria as teses catastrofistas e impõe aos dirigentes um comportamento mais inteligente em sua resistência junto com os trabalhadores.

Um novo normal

Todo fenômeno social complexo que envolve grandes números necessita de critérios classificatórios para sua melhor compreensão.

O jogo recomeça

Reunidas nesta segunda-feira, dia 27, no Dieese em São Paulo, todas as centrais sindicais (a que não compareceu já confirmou sua adesão) começaram o ano apresentando um calendário de atividades. A primeira mobilização será no dia 3 de fevereiro, na Fiesp, quando as direções e ativistas protestarão contra as posições do presidente Paulo Skaf que, abandonando de vez uma pauta desenvolvimentista e produtivista, endossa o desmonte da indústria, trai os industriais e os industriários e se aninha no colo de Bolsonaro (que será recebido para um almoço de 200 talheres).

Responsabilidades maiores

Apesar das deficiências o Salariômetro da FIPE que mede os resultados das campanhas salariais é um dos poucos instrumentos públicos de controle da ação sindical.

Passe livre para o desempregado

Em São Paulo o direito existe há muito tempo em lei aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pela Prefeitura, mas que não se exerce devido a “dificuldades técnicas de regulamentação”, o que é um absurdo.

Trancos e barrancos

Para evitar que se repita mais vezes durante o ano o erro que as direções sindicais, dos aposentados e dos partidos de oposição cometeram nestes dias de janeiro é preciso que se critique, com ênfase, a clamorosa manifestação de insensibilidade frente às agruras dos trabalhadores e do povo e a facilidade com que a geringonça de Bolsonaro avança com o silêncio obsequioso delas.

Êxito sindical

Sofrendo uma recessão longa e continuada e as agressões aos sindicatos e trabalhadores o movimento sindical viu cair – e muito – a taxa de sindicalização depois dos desastres de 2015-2016.

Início de ano

O emprego conquistado tem incidência exígua e características medíocres com grande informalidade e deterioração crescente de salários, mas servirá de colchão social e de base para as demagogias antissindicais do governo.

Pequenos passos firmes

Determinar com precisão o verdadeiro e possível empenho na luta para alcançar vitória deve ser mais que inteligência, é obrigação.

Diplomação e posse em Curitiba

Convidado, compareci e dou o testemunho da grandiosidade da cerimônia de diplomação e posse dos diretores eleitos do sindicato dos metalúrgicos da grande Curitiba para um mandado até 2024.

Em defesa do papel impresso

Nas guerras da comunicação o papel impresso anda levando uma goleada das mídias digitais. De acordo com o site Poder 360, de dezembro de 2014 a outubro de 2019, no Brasil, a evolução da circulação impressa de uma amostra de dez veículos grandes caiu em média 52%, enquanto a evolução em média da circulação digital (assinaturas pagas) de nove destes veículos aumentou 96%, com os espetaculares 322% do Valor Econômico.

As batalhas de 2020

Para dizer platitudes preguiçosas é melhor ficar calado; para tentar explicar e confundir ainda mais é melhor ficar calado; para insistir no erro e não corrigi-lo é melhor ficar calado.

Primeiro passo

Uma coisa é certa: Guedes e Cia querem fazer no Brasil o que o FMI fez na Grécia em 2010 (veja a descrição disto no livro de Paulo Nogueira Batista Jr. – “O Brasil não cabe no quintal de ninguém”, da editora Leya Brasil, especialmente na página 203).

Sem o apoio dos trabalhadores, nada feito

Quando um grupo é atacado por um adversário poderoso que agride seus interesses, sua coesão e sua experiência há nas respostas possíveis uma gradação que vai desde a aceitação, passa pela contenção de danos e pela resistência e chega à contestação, tudo junto e misturado.

Orientação e defesa

Uma semana tumultuada com mistura de boas e más notícias. A conjuntura econômica mantém-se travada apesar dos votos mal intencionados de quem a vê avançar propagandisticamente com passos de tartaruga. A conjuntura social é de desencanto com enormes expectativas de um lado e enormes preocupações de outro. A conjuntura política passa a depender das atitudes que as lideranças tomarão, olhando para o povo ou olhando para seus respectivos apoiadores ou para si próprios.

Escorrega do bolsonarismo, cai no liberalismo

Há um substrato no bolsonarismo que é o seu apoio do mercado e do rentismo configurado, por exemplo, na manchete da entrevista dele no domingo, 6 de outubro, às jornalistas Tânia Monteiro e Andreza Matais do Estadão: “Economia é 100% com Guedes e não tem plano B”.

Boneco de piche

Viva o Sindicato dos Engenheiros

O Sindicato dos Engenheiros de São Paulo comemorou ontem, dia 25, os seus 85 anos de existência com grande evento festivo e com o lançamento de um livro sobre sua história produzido e editado por seu departamento de comunicação.

Valorizar o SUS

Um dos maiores erros estratégicos do novo sindicalismo brasileiro foi o de subestimar o sistema público de saúde, mesmo antes da instituição do SUS (artigo 196 da Constituição) na qual não teve participação efetiva.

BRICS sindical

Esta semana, em Brasília, reuniram-se as delegações sindicais dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para discutirem “questões relativas ao mundo do trabalho e à promoção da democracia e dos direitos e interesses dos trabalhadores e trabalhadoras”, segundo a declaração final aprovada.

Nem sentar à mesa, nem pisar nas minas

Mesmo sem usar nenhuma metáfora belicista ou gastronômica considero um erro qualquer tentativa de aproximação amigável da direção sindical com o governo Bolsonaro.

O PEER e os engenheiros

O sindicato dos engenheiros de São Paulo convidou o ex-ministro Aloízio Mercadante para apresentar aos seus diretores o Programa Emergencial de Emprego e Renda elaborado por ele e um grupo de economistas do PT, da Unicamp e do Dieese.

Respeito à Constituição

A cabeça nas nuvens ou os pés no chão

Protagonismo

Uma coisa é certa na história sindical e política do Brasil nos últimos 70 anos: o protagonismo dos metalúrgicos de São Paulo, de seu sindicato e de seus dirigentes. Ofuscados às vezes em períodos com predominância relativa de outras categorias de trabalhadores ou por representações sindicais de metalúrgicos de outros estados e mesmo de outras cidades de São Paulo, o sindicato da Rua do Carmo e do Palácio dos Trabalhadores fez e continua fazendo história.

Passividade aparente

Não quero discutir a alienação, a incompreensão e o desleixo do andar de cima (na expressão do meu amigo Elio Gaspari) com o drama vivido por milhões de brasileiros desempregados ou sem trabalho.

Obsessão

Aliados ativos

Alguém que lê os jornais preocupado com a situação dos trabalhadores é bombardeado todo dia com as notícias mais aterradoras.

Contenção de danos

Quando a situação é adversa e a correlação de forças muito desfavorável uma estratégica de resistência pressupõe que se use a tática da contenção de danos. Foi o que aconteceu na discussão, na apresentação de emendas e na votação da MP 881 na Câmara dos Deputados.

Agir imediatamente

O PEER exige a máxima participação dos partidos e personalidades da oposição e o apoio forte dos trabalhadores muito além de sua elogiável origem petista.

Caldeirão da bruxa

Passada a euforia (deles) pela aprovação na Câmara dos Deputados da deforma da Previdência e seu envio para o Senado, ele será obrigado a votar o mesmo texto aprovado (sem modificações como aconteceu na votação senatorial da deforma trabalhista), mas tentará aprovar uma esdrúxula PEC paralela que pode contrabandear a capitalização.

Tempi Duri

A pauta econômica do governo, que tem com um dos fundamentos a depreciação do trabalho e a desvalorização do movimento sindical, encontra eco e apoio no empresariado e na mídia grande e provoca nas redes sociais uma algaravia que nos confunde.

Desabafo

Pois bem, é triste de se dizer, mas há dirigentes sindicais, ativistas sindicais e trabalhadores de base que acalentam tais ilusões. Elas vão se desfazendo a cada dia, mas também a cada dia a esperteza e a velhacaria vão criando novas.

Esteio imprescindível

Inúmeras manifestações sindicais, milhares de assembleias de trabalhadores, a luta pelo abaixo-assinado, a greve geral que foi marcante, as alianças com outros setores em luta e as reuniões com parlamentares marcaram todo o primeiro semestre, mas não foram suficientes para mudar a correlação congressual de forças.

Dois pontos de vista

Vistos a partir do Congresso Nacional são tantos os temas graves, que um dirigente sindical experimentado tem justificadas dúvidas a respeito de como enfrentá-los todos e com eficácia na abertura dos trabalhos legislativos.

Luta contra a MP 881

Um dos exemplos fortes da confusão que se procura causar em nossas fileiras é a MP 881, dita da “liberdade econômica” e que deverá ser votada logo após terminarem os trâmites da deforma previdenciária na Câmara dos Deputados e no Senado.

A sopa das bruxas

As bruxas de Macbeth bem que poderiam ter preparado com seus ingredientes nojentos o que saiu da comissão especial do Congresso que analisou a MP 881, dita da “liberdade econômica”. Foram acrescentados, como artifícios de feiticeira, aos 19 artigos originais da MP outros 55 que alteram no que diz respeito as relações do trabalho pelo […]

Rumo certo na ação unitária

A batalha em defesa da aposentadoria foi perdida no Congresso Nacional quando enfrentou três adversários fortes: o rentismo (e sua caixa de ressonância na mídia), o bolsonarismo (e sua ideologia conservadora e neoliberal) e Rodrigo Maia que comandou habilmente suas hostes congressuais com ajuda de emendas aos parlamentares pelo governo (impagáveis).

O acordo Mercosul-UE

Pelo que se sabe até agora o acordo é abrangente e envolve vários aspectos: comerciais, tarifários, industriais, com cláusulas ambientais e de proteção à ação sindical e de combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo. Ele contém, segundo o anunciado, cláusula de precaução que significa que qualquer um interessado pode denunciar um ou outro aspecto dele.

Assim é que se trabalha bem

As centrais sindicais reuniram-se em São Paulo no dia 28 de junho para balancear o resultado de suas iniciativas e da luta dos trabalhadores, em particular os esforços feitos no Congresso Nacional para aplicar as duas táticas intuitivas contra a pretendida deforma previdenciária de Guedes e Cia. e determinar a continuidade da luta durante as férias escolares e os recessos judiciário e parlamentar.

Protagonistas relevantes

Em uma conjuntura recessiva que se prolonga e causa inúmeras dificuldades à luta dos trabalhadores (a queda do valor dos reajustes salariais e a perenização do desemprego) as direções sindicais, garantindo sua unidade de ação, vão se afirmando como protagonistas relevantes dos embates políticos e sociais em curso.

Duas táticas

Depois da grande manifestação unitária do dia 14 de junho com suas três bandeiras da defesa da Educação, da exigência da criação de empregos e do repúdio à deforma previdenciária, a direção sindical deve discutir no Congresso Nacional, com deputados e senadores, suas posições.

Passo à frente

Como se tratava de uma demonstração de força e de unidade não houve, como consequência da greve, uma mudança efetiva na correlação de forças políticas e sociais, mas houve um acúmulo de forças no campo sindical e um esclarecimento maior dos trabalhadores e da sociedade

Que assim seja

Bandeiraços nas ruas, coleta de assinaturas do abaixo-assinado, assembleias nos locais de trabalho, reuniões para organização da jornada, feitura e distribuição de materiais e esforço para difundir nas mídias grandes e nas mídias sociais a palavra de ordem da greve e sua motivação preenchem os dias que nos separam da sexta-feira.

Poética

Em São Paulo uma aguerrida plenária estadual (03/06) traçou as diretivas e determinou as tarefas. Em Brasília a plenária nacional dos transportes (05/06) aprovou unanimemente fazer a greve e a assembleia dos metroviários de São Paulo (06/06) confirmou o voto.

Dia, hora, minuto

A greve tem que ser poderosa, afirmativa, abrangente, com paralisação nas grandes empresas fabris, nos transportes, no comércio (agora que os comerciários e seus sindicatos foram agredidos pelo decreto presidencial que libera desorganizadamente o trabalho aos domingos), nos canteiros de obras, nos bancos e em todos os setores produtivos relevantes. O Brasil tem que parar na sexta-feira, 14 de junho, demonstrando aos deputados e senadores a oposição da maioria à deforma que elimina as aposentadorias.