PUBLICADO EM 16 de dez de 2021
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Após críticas de Guedes, FMI vai fechar escritório no Brasil

A reportagem da Agência O Globo ressalta que o Ministro disse que representantes do Fundo ficam no país porque “gostam de feijoada”

Um dia após ser criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou em nota, na manhã desta quinta-feira (16), que fechará seu escritório de representação no Brasil. A unidade em Brasília funciona como uma espécie de embaixada da instituição.

“O FMI fechou um acordo com as autoridades brasileiras para encerrar o Escritório de Representação do FMI em Brasília até 30 de junho de 2022”, informou o Fundo, lembrando que esta é a data do fim do mandato do atual representante do Fundo no país.

Nesta quarta-feira (15), Guedes antecipou que a missão do FMI no Brasil seria encerrada e disse que havia assinado o documento para terminar a cooperação internacional com o Fundo.

“Vou dizer até com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei: pode voltar, pode passear lá fora. Vieram aqui para prever uma queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%, a Inglaterra, 9,7%. Achamos melhor eles fazerem previsões em outro lugar”, afirmou Guedes, em evento na Fiesp.

Na prática, o governo deixará de reconhecer o escritório do FMI no Brasil a partir de 30 de junho, quando o atual representante deverá ser substituído.

Escritório ‘obsoleto’
Ao GLOBO, o Ministério da Economia disse que comunicou ao Fundo Monetário Internacional que não será mais necessário manter escritório em Brasília. Na visão do ministério, a representação estava obsolta.

“O Fundo mantém escritórios apenas em países com os quais tem programa ativo, o que torna obsoleta a manutenção de um escritório no país. No caso brasileiro, o último acordo financeiro com o FMI ocorreu em 2002 e foi pago antecipadamente em 2005. O Brasil hoje é credor do FMI”, diz a nota.

A pasta também afirma que valoriza o FMI. “O Brasil valoriza o diálogo construtivo com o FMI, participa ativamente das atividades e iniciativas do Fundo, inclusive as que resultaram em auxílio internacional aos países vulneráveis durante a pandemia, e permanece comprometido em continuar trabalhando para garantir um relacionamento frutífero com organismo”, afirma o texto.

A medida pode ser vista como uma expulsão do FMI do país, na visão de diplomatas ouvidos pelo GLOBO, e ocorre em meio às reclamações sobre as estimativas econômicas da instituição.

As representações do FMI nos países atuam como elo entre o Fundo e o governo local. Para as nações que não têm empréstimos da instituição, caso do Brasil, isso pode significar focar nas políticas e recomendar as melhores práticas econômicas.

Fonte: Agência O Globo

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