PUBLICADO EM 26 de jan de 2021
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Trabalhadores do Google em 10 países formam sindicato global

Sindicato global visa garantir os direitos de todos os trabalhadores do Google ao redor do mundo

Trabalhadores do Google alegaram que sofreram retaliações depois de protestar contra medidas adotadas pela empresa

Trabalhadores do Google anunciaram na manhã desta segunda-feira (25) a criação de um sindicato global, o Alpha Global. A nova aliança sindical pretende defender os direitos dos funcionários da Alphabet Inc., a holding controladora do Google e todo o conglomerado de empresas ligadas à companhia.

Mas, além de garantir os direitos dos funcionários da Alphabet, o sindicato global também pretende defender os direitos de colaboradores temporários, contratados e fornecedores. De acordo com o The Verge, o objetivo do Alpha Global é “construir uma empresa mais ética e responsável para todos os colaboradores”.

Diferenças entre o sindicato global de trabalhadores do Google e o AWU

O anúncio da criação do sindicato global dos trabalhadores do Google acontece pouco tempo depois da criação do Alphabet Workers Union (AWU), um sindicato criado pelos funcionários da Alphabet dos Estados Unidos. O AWU foi anunciado no dia 5 de janeiro e tinha o apoio de mais de 200 funcionários. Segundo o The Verge, uma semana após a criação, o sindicato contava com cerca de 700 funcionários filiados.

Apesar de representar um grande avanço na luta por direitos dos trabalhadores do Google, o AWU é filiado apenas ao Communications Workers of America e não é reconhecido pelo National Labor Relations Board. Isso acaba impedindo o AWU de negociar diretamente com a diretoria do Google e reivindicar muitas mudanças.

Ao contrário do AWU, que é um sindicato menor e localizado, o Alpha Global pretende dar voz e lutar pelos direitos de todos os trabalhadores da Alphabet ao redor do mundo. O novo sindicato global de trabalhadores do Google está afiliado a UNI Global Union. A UNI é uma aliança sindical global que representa 20 milhões de funcionários de diferentes empresas, incluindo trabalhadores de gigantes como Amazon, Orange e Telefónica. Até o momento, o Alpha Global conta com 13 sindicatos de trabalhadores do Google nos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Suíça, Suécia, Itália, Irlanda, Dinamarca, Finlândia e Bélgica.

Segundo Parul Koul, engenheiro de software do Google e presidente do Alphabet Workers Union, o Alpha Global vai cumprir um importante papel dentro da Alphabet, pois pode lutar pelos direitos trabalhistas e obrigar o Google e todos as empresas do grupo a cumprir as leis e direitos dos funcionários de diferentes países.

“Sabemos que a organização por justiça em uma empresa global como a Alphabet não para nas fronteiras nacionais. Por isso é tão importante a união com os trabalhadores de outros países. Em um mundo onde a desigualdade está se dilacerando, nossas sociedades e empresas estão acumulando mais influência do que nunca, reivindicar nosso poder por meio de nossos sindicatos nunca foi tão importante.”

Parul Koul, presidente do Alphabet Workers Union

O Google ainda não se pronunciou sobre a decisão dos colaboradores de criar um sindicato global. Mas no anúncio da criação do AWU, a empresa disse que apoiava a decisão e que sempre trabalhou em prol de um ambiente de trabalho capaz de garantir os direitos dos funcionários.

Fonte: The Verge; CNN; Engadget; Global Union

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