PUBLICADO EM 30 de dez de 2020
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Referência na luta contra o fascismo, Partido Comunista Francês completa 100 anos

Revolucionário vietnamita Ho Chi Minh foi um dos fundadores do partido, cuja sede foi projetada por Oscar Niemeyer

Congresso realizado em 1920 resultou na fundação do partido, que teve papel fundamental na resistência ao fascismo – STF/AFP/Arquivo

O Partido Comunista Francês (PCF) completa 100 anos nesta quarta-feira (30). A data que marca a fundação da agremiação coincide com o encerramento do Congresso de Tours, que durou cinco dias e culminou na criação da Seção Francesa da Internacional Comunista.

Com cerca de 150 mil filiados, o PCF é considerado um dos eixos articuladores da esquerda e da luta de classes na França.

Um dos pontos altos da trajetória do partido foi a criação, em outubro de 1941, da principal organização da resistência armada ao nazi-fascismo durante a Segunda Guerra: os Francs-Tireurs et Partisans (FTP).

Em entrevista recente ao portal Prensa Latina, o secretário nacional Fabien Roussel enalteceu a história da agremiação e listou as prioridades impostas pela pandemia de coronavírus: a luta contra o aumento do desemprego e da pobreza e contra a realocação de fábricas para outros países.

Curiosidades

Um dos fundadores do PCF foi o revolucionário vietnamita Ho Chi Minh, considerado um dos responsáveis pela vitória das forças anti-imperialistas sobre os Estados Unidos na Guerra do Vietnã (1955-1975). Na época, ele utilizava o pseudônimo Nguyen Ai Quoc.

Outra curiosidade é que a sede oficial do partido, construída em 1980 na praça Coronel-Fabien, em Paris, foi projetada e oferecida gratuitamente aos comunistas franceses pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.

O PCF foi o mais votado nas eleições legislativas francesas em três oportunidades: em 1945, 1951 e 1956.

Imprensa

Entre 1923 e 1993, o PCF também foi responsável pela edição do jornal L’Humanité, fundado em 1904. Um dos mais tradicionais veículos de esquerda na França, ele foi censurado entre 1939 e 1944, mas continuou circulando clandestinamente durante a ocupação nazista.

Durante a guerra da Argélia, entre 1954 e 1962, o jornal também foi impedido de circular por suas posições anti-colonialistas.

A foice e o martelo, símbolos comunistas, estamparam a capa do jornal até 1999. Na fase de maior prestígio, o L’Humanité vendia 250 mil exemplares por dia.

As comemorações do centenário ocorreram durante todo 2020, com videoconferências e exposições, sob o lema “100 anos de história, 100 anos de futuro”.

Fonte: Brasil de Fato

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