PUBLICADO EM 15 de fev de 2019
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“Lutamos por uma Previdência sem privilégios”, reafirma Força

A Força Sindical reafirmou nesta sexta-feira (15), através de nota oficial, sua posição contrária a proposta de reforma da Previdência que “fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública.”

Foto: Jaélcio Santana

Por Fábio Casseb – A Central defendeu novamente que qualquer alteração nos benefícios devem conter como princípio básico que os aposentados recebam valores suficientes para oferecer-lhes uma vida saudável e digna. “Pagar um valor abaixo do estabelecido pelo salário mínimo é entregar apenas uma “esmola” para os milhões de aposentados que ajudaram a construir este País”, diz o texto assinado pelo presidente da Central Miguel Torres.

O documento destaca o ato unitário das centrais sindicais que será realizado no próximo dia 20 de fevereiro, na Praça da Sé, em São Paulo, contra o fim da aposentadoria.

No texto, a Central aponta, ainda, sugestões para o governo melhorar a gestão e a arrecadação do sistema previdenciário e para fortalecer institucionalmente a Previdência Social. Entre as medidas estão, a revisão ou fim das desonerações das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento das empresas; a alienação de imóveis da Previdência Social, e de outros patrimônios em desuso, por meio de leilão e a recriação do Ministério da Previdência Social.

Confira a seguir a íntegra da nota:

EM DEFESA DA APOSENTADORIA 

A Força Sindical reafirma sua posição contrária a qualquer proposta de reforma que fragilize, desmonte ou reduza o papel da Previdência Social Pública. Lutamos por uma Previdência universal e sem privilégios.

Quaisquer alterações precisam ter como princípio básico que os aposentados recebam benefícios com valores suficientes para oferecer-lhes uma vida saudável e digna. Pagar um valor abaixo do estabelecido pelo salário mínimo é entregar apenas uma “esmola” para os milhões de aposentados que ajudaram a construir este País.

Somos totalmente contrários e não aceitaremos esta proposta que, para nós, nada mais é do que um retrocesso que penaliza e impede cada vez mais que a população tenha uma velhice digna. Não podemos permitir a aprovação de uma reforma que dificulte a adesão à aposentadoria.

Caso a reforma seja aprovada, os trabalhadores que começaram a contribuir mais cedo ao INSS serão os mais afetados. As pessoas acreditaram em um sistema que permite a aposentadoria sem idade mínima, apenas com o tempo de contribuição de 30 anos para mulheres e de 35 anos para homens.

O novo sistema vai aumentar em cerca de dez anos o tempo de trabalho. Por exemplo: um homem que começa a pagar o INSS com 20 anos, terá de contribuir por 45 anos para ter o direito de se aposentar.  Ou seja: vai ter de pagar mais para receber a mesma coisa.

Reafirmamos que a Previdência Social é um patrimônio dos brasileiros. Entendemos que quaisquer mudanças na Previdência devam ser amplamente discutidas com a sociedade e com os representantes dos trabalhadores de forma democrática e transparente.

Vale ressaltar que, no próximo dia 20, as centrais sindicais irão realizar um ato na Praça da Sé, em São Paulo, como forma de protesto contra o fim da aposentadoria.

Não podemos deixar de destacar que valorizar as aposentadorias é uma forma sensata e justa de distribuição de renda.

Visando contribuir para a melhoria da gestão e da arrecadação do sistema, bem como para o fortalecimento institucional, a Central  sugere ao governo as seguintes medidas:

  1. Revisão ou fim das desonerações das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento das empresas;

 

  1. Revisão das isenções previdenciárias para entidades filantrópicas;

 

  1. Alienação de imóveis da Previdência Social, e de outros patrimônios em desuso, por meio de leilão;

 

  1. Fim da aplicação da DRU – Desvinculação de Receitas da União – sobre o orçamento da Seguridade Social;

 

  1. Criação de Refis para a cobrança dos R$ 236 bilhões de dívidas ativas recuperáveis com a Previdência Social;

 

  1. Melhoria da fiscalização da Previdência Social, por meio do aumento do número de fiscais em atividade e do aperfeiçoamento da gestão e dos processos de fiscalização;

 

  1. Revisão das alíquotas de contribuição para a Previdência Social do setor do agronegócio;

 

  1. Destinação à Seguridade e/ou à Previdência das receitas fiscais oriundas da regulamentação dos bingos e jogos de azar, em discussão no Congresso Nacional;

 

  1. Recriação do Ministério da Previdência Social.

A sociedade deseja liberdades democráticas e respeito aos seus direitos, que só virão com a garantia do emprego, salário digno e do acesso a direitos fundamentais, como saúde, educação e aposentadoria digna.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

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