PUBLICADO EM 18 de ago de 2023
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Delgatti diz que Bolsonaro prometeu indulto para invadir as urnas

Hacker Delgatti revela à CPMI que Bolsonaro lhe prometeu indulto por invadir urnas eletrônicas e revelar grampo de ministro do STF

Delgatti diz que Bolsonaro prometeu indulto para invadir as urnas

Bolsonaro daria indulto por invasão de urnas eletrônicas a Hacker Delgatti

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) questionou Delgatti quando disse que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro lhe prometeu indulto para invadir as urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Delgatti disse que encontrou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) num posto de gasolina, que ela inseriu um chip num celular “aparentemente novo” e ligou para o então presidente da República.

“Segundo ele [Bolsonaro], o grampo já havia sido realizado, com conversas comprometedoras do ministro, e eles queriam que eu assumisse a autoria desse grampo, lembrando que à época eu era o hacker da Lava Jato”, detalhou Delgatti aos parlamentares.

O hacker afirmou ainda que Bolsonaro lhe contou que o grampo havia sido realizado por agentes de outro país e lhe disse: “Fique tranquilo, se por acaso alguém lhe prender eu mando prender o juiz”, e deu risada.

Delgatti disse que concordou em assumir o grampo, porque era um pedido do presidente da República.

“Após isso, a deputada [Carla Zambelli] me disse que eu precisava invadir algum sistema de Justiça, ou o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] em si, para mostrar a fragilidade do sistema”, relatou o depoente.

Em seguida, ele teria invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de todos os tribunais do País.

Ele afirmou aos integrantes da CPMI que ficou por quatro meses na intranet do CNJ, de todos os tribunais e inclusive do TSE.

Novas reuniões

Delgatti informou ainda que, no dia 9 de agosto do ano passado, participou de duas reuniões. Uma com o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, os advogados dele, o irmão e o marido de Carla Zambelli em que trataram de assuntos “técnicos”.

E outra reunião, com o marqueteiro Duda Lima, em que eles teriam discutido ações para colocar em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas, mostrando, por exemplo, que era possível apertar um voto e sair impresso outro.

Em outra ocasião, Delgatti afirmou que se reuniu com Bolsonaro, Zambelli, o ajudante de ordens do presidente Mauro Cid e o general Marcelo Câmara ainda para discutir a fragilidade das urnas eletrônicas.

Indulto para invadir as urnas

De acordo com o hacker, Bolsonaro lhe garantiu que receberia um indulto se fosse preso por ações relativas à urna eletrônica.

Delgatti disse aos parlamentares que, ao todo, foi cinco vezes ao Ministério da Defesa.

A ideia inicial era ele mesmo inspecionar o código-fonte, contudo apenas servidores do ministério tinham acesso, então eles iam até o TSE e repassavam informações para o hacker.

O depoimento continua no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado Federal.

com informações da Agência Câmara de Notícias

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