
Francisco Alves, cantor e compositor brasileiro
A canção “O Que Será de Mim?”, composta por Francisco Alves, Ismael Silva e Nilson Bastos em 1931 e interpretada por Francisco Alves e Mário Reis, retrata com leveza e ironia o contraste entre a vida da malandragem e o trabalho formal.
Ambientada no Rio de Janeiro do início do século XX, a letra expressa a visão de um personagem que opta por viver à margem das obrigações trabalhistas, exaltando a liberdade e a esperteza da malandragem enquanto questiona seu próprio destino caso precise “ir pro batente”.
A música reflete não apenas um estilo de vida, mas também as tensões sociais e econômicas de uma época em que o trabalhador urbano enfrentava dificuldades e pouca valorização. Não existia a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Nesse contexto, a letra pode ser interpretada como uma crítica à obrigatoriedade do trabalho e uma celebração da resistência cultural da malandragem.
O que será de mim?
(Composição: Francisco Alves, Ismael Silva e Nilson Bastos/1931)
Intérpretes: Francisco Alves e Mário Reis
Se eu precisar algum dia
De ir pro batente
Não sei o que será
Pois vivo na malandragem
E vida melhor não há
Minha malandragem é fina
Não desfazendo ninguém
Deus é quem nos dá a sina
E o valor dá-se a quem tem
Também dou a minha bola
Golpe errado ainda não dei
Eu vou chamar Chico Viola
Que no samba ele é rei
Dá licença seu Mário!
Se eu precisar algum dia
De ir pro batente
Não sei o que será
Pois vivo na malandragem
E vida melhor não há
(se eu precisar) 2x
Oi, não há vida melhor
Que vida melhor não há
Deixa falar quem quiser
Deixa quem quiser falar
O trabalho não é bom
Ninguém pode duvidar
Oi, trabalhar só obrigado
Por gosto ninguém vai lá
Se eu precisar algum dia
De ir pro batente
Não sei o que será
Pois vivo na malandragem
E vida melhor não há
Que será de mim?
Fonte: Centro de Memória Sindical