PUBLICADO EM 29 de dez de 2023
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Desemprego cai para 7,5% no trimestre encerrado em novembro

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Desemprego cai para 7,5% no Brasil/Foto: Marcello Casal Jr.

No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desemprego do país chegou a 7,5%, com variação de -0,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 100,5 milhões, o que equivale a um crescimento de 0,9% no mesmo período. Esse contingente atingiu novamente o maior patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados hoje (29) pelo IBGE.

Queda do desemprego contínua

“É a terceira queda consecutiva da taxa de desocupação e, no trimestre encerrado em novembro, essa retração segue o movimento do mesmo período nos anos anteriores, quando, de modo geral, há redução nesse indicador. Nesse trimestre, a queda é explicada pela expansão no número de pessoas ocupadas”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

“A taxa de desemprego de 7,5% é a menor para um trimestre encerrado em novembro desde 2014 (6,6%), ou seja, retoma a valores de quase dez anos atrás, quando a desocupação era bem mais baixa”, completa a pesquisadora. Ainda na comparação com o trimestre anterior, o número de desempregados ficou estável. São 8,2 milhões de pessoas em busca de trabalho no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2015, quando havia 8,15 milhões.

Maior parte contratada com carteira assinada

Com o aumento da população ocupada, o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) variou 0,4 p.p. frente ao trimestre móvel anterior (57,0%), chegando a 57,4%. Do crescimento de 853 mil pessoas no contingente de ocupados, a maior parte (515 mil) foi absorvida pelo mercado de trabalho como empregado no setor privado com carteira assinada. Essa categoria foi estimada em 37,7 milhões de trabalhadores, após a alta de 1,4% no trimestre, e chegou ao segundo maior patamar da série histórica da pesquisa. O maior foi registrado no trimestre encerrado em junho de 2014, quando eram 37,8 milhões trabalhando dessa forma.

“No trimestre encerrado em novembro, houve a manutenção do trabalho com carteira assinada em expansão, que vem ocorrendo desde 2022. Por outro lado, também observamos o aumento da participação da informalidade, já que a população ocupada informal também cresceu”, destaca Beringuy.

Informais somam 13,4 milhões no trimestre

Parte considerável dos trabalhadores informais, os empregados sem carteira assinada no setor privado somaram 13,4 milhões no trimestre, o maior contingente da série histórica, apesar da estabilidade estatística no trimestre e no ano. “Esse número recorde se deve a essa categoria não ter apresentado recuo desde o trimestre encerrado em maio de 2021, embora nesse último trimestre a variação tenha sido mais discreta”, explica a pesquisadora.

No trimestre, a taxa de informalidade foi de 39,2% da população ocupada, o que equivale a 39,4 milhões de trabalhadores informais. Nos três meses anteriores, a taxa havia sido 39,1%. Considerando as dez atividades econômicas analisadas na pesquisa, houve aumento no número de ocupados apenas na indústria (2,9%, ou mais 369 mil pessoas) e na construção (2,8% ou mais 199 mil pessoas). As demais atividades permaneceram estáveis.

“A expansão da atividade de construção ocorreu principalmente por meio da informalidade, com o aumento do emprego sem carteira e por conta própria sem CNPJ, enquanto a indústria impulsionou os trabalhos formais”, diz Beringuy.

Desalentados caem

O número de pessoas dentro da força de trabalho, soma de ocupados e desocupados, cresceu 0,6% no trimestre e foi estimado em 108,7 milhões. Já a população fora dessa força totalizou 66,5 milhões, com estabilidade no mesmo período. Os desalentados, por sua vez, caíram 5,5%, o que representa uma redução de 196 mil pessoas. Ao todo, essa população foi estimada em 3,4 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em agosto de 2016 (3,3 milhões).

Rendimento cresce 2,3% frente ao trimestre anterior

O rendimento médio real aumentou 2,3% no trimestre e chegou a R$ 3.034. No ano, a alta foi de 3,8%. “No trimestre, esse crescimento foi mais acentuado entre os empregados com carteira no setor privado (2,1%) e os trabalhadores por conta própria com CNPJ (7,6%). Vale ressaltar que na comparação anual nenhuma forma de inserção apresentou queda no rendimento, seja no trabalho formal, seja no informal. Todos registraram variação positiva”, destaca a coordenadora.

Seguindo o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento alcançou novamente o recorde na série histórica da pesquisa, ao totalizar R$300,2 bilhões. O crescimento foi de 3,2% no trimestre e de 4,8% no ano. “O aumento é explicado pela combinação da expansão do número de pessoas inseridas no mercado de trablho e do aumento do rendimento médio desses trabalhadores”.

Mais sobre a pesquisa de emprego e desemprego

A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.

Fonte: Com IBGE

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