PUBLICADO EM 01 de out de 2025

Centrais reforçam pauta trabalhista em reunião com Paulinho da Força

Centrais sindicais entregam nota contra anistia a golpistas de 8 de janeiro e defendem avanços sociais como prioridade nacional em encontro com Paulinho da Força

Centrais reforçam pauta trabalhista em reunião com Paulinho da Força

Centrais reforçam pauta trabalhista em reunião com Paulinho da Força

As Centrais Sindicais defenderam a democracia e reafirmaram a rejeição à anistia para os golpistas de 8 de janeiro, durante encontro com Paulinho da Força.

Na terça-feira (30), Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e outras lideranças sindicais, entregaram ao relator do Projeto de Dosimetria uma nota oficial conjunta.

O documento afirma que as entidades sindicais lideraram lutas históricas que construíram a democracia brasileira, sempre defendendo a igualdade de direitos e a justiça social.

O texto relembra que, nos anos 1980, o Brasil derrotou um regime civil-militar que restringiu liberdades, fechou instituições, perseguiu opositores, retirou direitos e matou lideranças.

Os sindicalistas ressaltaram que, durante quatro anos, iniciativas golpistas atacaram instituições e movimentos sociais, espalhando negacionismo que causou mais de 700 mil mortes evitáveis.

A nota afirma que as instituições democráticas bloquearam o golpe, garantindo julgamento legal aos arquitetos, operadores e apoiadores que depredaram prédios públicos e símbolos dos Poderes.

O texto destaca que as instituições identificaram, julgaram e condenaram os responsáveis, que devem cumprir as penas previstas, já que a Constituição de 1988 proíbe anistia.

Leia a seguir o documento na íntegra:

DIALOGO, SEMPRE. GOLPE, NUNCA MAIS!

A democracia moderna é uma longa história de lutas pela igualdade de direitos e contra o recorrente golpismo da elite civil ou militar dominante. As entidades sindicais (Centrais Sindicais, Confederações, Federações e Sindicatos) sempre estiveram à frente na construção do Estado Democrático de Direito e das suas instituições para garantir a liberdade e a igualdade. No Brasil não foi diferente.

O golpismo impune é uma marca trágica da nossa República. Na década de 80 superamos, mais uma vez, um golpe civil-militar que durou mais de duas décadas, cerceando a liberdade, fechando instituições, prendendo e matando, retirando direitos trabalhistas, sociais e arrochando salários. As anistias, sob o argumento de pacificação, “autorizaram” novas tentativas de golpe, como o que culminou no 08 de janeiro de 2023. Foram quatro anos de iniciativas para viabilizar o golpe, atacando instituições, movimentos sociais e entidades sindicais, promovendo o negacionismo responsável por mais de 700 mil mortes na crise sanitária, a maioria evitável com vacina.

Bloqueamos e impedimos o golpe de 08 de janeiro de 2023! Nossas instituições garantiram o devido processo legal para aqueles que foram identificados como os arquitetos e operadores do golpe, bem como aqueles que aderiram à iniciativa na frente dos quarteis e, depois, depredando o patrimônio público, símbolo e espaço das nossas instituições e poderes. Investigados, julgados e condenados, devem cumprir as penas previstas na Lei.

Vamos virar a página da nossa história. Nossa Constituição é clara, para esses crimes não há anistia e nem perdão. Para que viremos a página da nossa trágica história golpista, devemos ir até o fim com aquilo que os constituintes em 1988 outorgaram: o golpismo será punido. Que assim o seja até o fim.

O movimento sindical sempre esteve na arena pública do diálogo social, negociando e fazendo acordos salariais, tratando das políticas públicas e da vida política do país. Por isso, mais uma vez, manifestamos nosso apoio aos esforços de diálogo e de construção de entendimentos em torno do fortalecimento das instituições, da igualdade de direitos, da transparência, do bom uso dos recursos públicos, mas sem anistia. Vale ressaltar que o STF (Supremo Tribunal Federal) teve e tem papel fundamental na manutenção e no fortalecimento da democracia.

Consideramos essencial também que o Congresso Nacional aprove o projeto de correção da tabela do Imposto de Renda, de tributação dos super-ricos; trate da redução da jornada de trabalho e fim da escala 6X1; amplie a proteção trabalhista e previdenciária para os mais de 100 milhões de trabalhadoras e trabalhadores; valorize e fortaleça a negociação coletiva e o sindicalismo representativo, entre outros projetos relevantes.

Essa é pauta de interesse da classe trabalhadora, que deve avançar, trazendo benefícios para toda a sociedade, sem anistia e projetos de proteção e privilégios de parlamentares.

Por um Brasil que deixa o golpismo para trás, porque o pune. Sem anistia!
Viva o Brasil! Viva a Democracia!

Brasília, 29 de setembro de 2025

Sérgio Nobre – presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres – presidente da Força Sindical

Ricardo Patah – presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo – presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Tesch Auersvald – presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Antonio Neto – presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

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