PUBLICADO EM 28 de ago de 2020
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Casos de covid-19 entre crianças disparam após retorno das aulas presenciais nos EUA

O mesmo aconteceu em Seul, capital da Coreia do Sul, e pode acontecer no Brasil caso aulas voltem ao normal

Os dados deixam claro que o retorno às aulas neste momento da pandemia também pode ser um tiro no pé no Brasil – Reprodução

Os casos de covid-19 entre crianças aumentaram em 90% nos Estados Unidos após o retorno das aulas presenciais, de acordo com a Academia Americana de Pediatria e Associação de Hospitais Infantis dos EUA.

Apenas nas duas últimas semanas de julho, o país registrou 97 mil crianças com covid-19. Diante do cenário, William Hanage, epidemiologista da Universidade de Harvard, fez um alerta ao site estadunidense KHOU 11: as escolas não deveriam reabrir neste momento.

Na Flórida, por exemplo, a volta às aulas levou a um aumento de nove mil crianças e adolescentes com a doença. Até o dia 26 de agosto, o estado registrou 48.730 mil casos entre as crianças, de acordo com o Departamento de Saúde.

São exatamente nove mil casos a mais do que o registrado 14 dias antes, quando houve o retorno das aulas presenciais, como informou o site espanhol 20 minutos.

Na capital da Coreia do Sul, em Seul, as aulas voltaram a ser ministradas integralmente online após o retorno das aulas presenciais e consequente aumento de novos casos de covid-19 na região.

Desde maio deste ano, as escolas sul-coreanas têm oferecido aulas presenciais apenas para parte dos alunos. Ainda assim, a quantidade de casos cresceu em agosto.

Um tiro no pé

Os dados deixam claro que o retorno às aulas neste momento da pandemia também pode ser um tiro no pé no Brasil, que, junto dos Estados Unidos, lideram o ranking de países com mais casos e mortes pela doença.

Mesmo com todos os protocolos de segurança sendo seguidos, a volta às aulas em São Paulo, por exemplo, causaria contaminação pela covid-19 em até 46,35% dos estudantes e professores após três meses.

Isso considerando apenas estudantes dos ensinos fundamental e médio. Mesmo seguindo as regras estabelecidas pelo governo João Doria (PSDB), de até 35% dos alunos participarem das atividades presenciais de cada vez, e partindo de apenas uma pessoa infectada.

A projeção é o resultado de um estudo com simulação do contágio pelo novo coronavírus, realizado por pesquisadores de sete universidades de três países. Segundo a pesquisa, seria necessário um limite de presença de 6,86% dos estudantes para garantir a segurança da comunidade escolar, o que tornaria a reabertura das escolas inviável.

Fonte: Brasil de Fato

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